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Economia nigeriana em expansão

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A Nigéria oficialmente ultrapassou a África do Sul como a maior economia do continente, alcançando 510 bilhões de dólares em 2013, segundo o chefe de Estatística do país. Esses novos cálculos levam em conta as mudanças na produção e no consumo.

Agora, o próximo desafio do país é treinar e construir uma força de trabalho que possa manter a economia em crescimento.

O crescimento do PIB “mostra mudanças significativas na estrutura da economia da Nigéria”, que já foi dominada pela agricultura e produção de petróleo, declara Shilan Shah , economista da Capital Economics.

O setor de serviços, que inclui as telecomunicações, varejo e serviços bancários, já responde por 50 por cento do PIB da Nigéria. O setor da agricultura caiu de 34 por cento para 22 por cento e o ramo de petróleo lucrativo caiu de 32 por cento para 15 por cento. Essa mudança coloca o país em um caminho claro para o futuro, porém nada fácil.

Além de combater a corrupção e implementar a reforma mais estrutural, há o desafio do campo de trabalho na Nigéria, que é crucial para o seu destino, segundo David Storey, pesquisador da Ernst & Young, no prefácio de um relatório recente sobre a região.

“A África subsariana não é uma tela em branco sobre a qual as práticas do capital humano podem ser imposta à vontade… Ainda há muito a ser feito na preparação de forças de trabalho da região para apoiar, participar e se beneficiar do rápido desenvolvimento econômico”, explica David.

Isso representa uma mudança para as multinacionais, que tradicionalmente importaram trabalhadores para o país, mas agora estão focadas na formação de talentos locais.

A transição da Nigéria para uma economia mais desenvolvida industrialmente e de serviços exige que as empresas invistam em longo prazo, o que torna os empregadores temporários estrangeiros menos importantes.

Além disso, os altos salários atraídos por expatriados “tornaram-se uma fonte de tensão dentro das empresas”, de acordo com o relatório EY, que é baseado em uma pesquisa com profissionais que atuam em vários setores de toda a região.

Atualmente, os expatriados são mais propensos a assumir funções executivas, e 30 por cento ganha três vezes mais do que os seus trabalhadores locais.

De acordo com os resultados da pesquisa, mais de 53 por cento dos entrevistados diz antecipar a contratação de membros locais da região,

“Parece que as organizações na África subsariana estão firmes na redução de sua dependência por habilidades dos estrangeiros”,  segundo o relatório. “Eu acho que algumas empresas têm contratado moradores para posições-chave”, lembra Anna Rosenberg, analista da Frontier Strategy Group, uma empresa de consultoria para empresas que operam em mercados emergentes.

Anna Rosenberg retornou recentemente de uma viagem na qual realizou uma  pesquisa no Quênia, Uganda e Etiópia, e se reuniu com líderes de empresas locais e internacionais.

“A maioria deles é de moradores com experiência internacional, não expatriados”, salienta Anna, acrescentando que há muitas grandes empresas como a General Electric e Stanbic Bank que têm os executivos em sua maioria africanos.

Também está se tornando mais comum em operações baseadas na África buscar um meio-termo entre o talento local e o estrangeiro, que pode ser encontrado na contratação da diáspora Africana, pois milhões de pessoas emigraram para o exterior para estudar e aprimorar as carreiras profissionais.

“O que é necessário  realmente é uma combinação de uma grande formação acadêmica, juntamente com a experiência de classe mundial”, destaca Alex Mugan, diretor de marketing global da recrutadora Global Career Company Ltd.

“Você pode obter isso de expatriados é claro, mas, em seguida, a compreensão do entendimento regional a partir do nacional está faltando”, diz Alex, afirmando que os padrões locais de educação nem sempre são favoráveis para preparar bem os candidatos.

Mas isso pode se tornar um problema menor no futuro. A gigante de telecomunicações indiana Airtel, que opera em toda a África, tem colaborado com o programa de MBA da Lagos Business School na Nigéria para ajudar a desenvolver os estudantes locais.

“Na Airtel valorizamos a educação e vamos continuar a investir no desenvolvimento do capital humano na Nigéria”, aponta Segun Ogunsanya, CEO da Airtel na Nigéria.

Segun é formado em Engenharia Eletrônica pela Universidade de Ife, no sul da Nigéria, e já trabalhou para a multinacional Coca-Cola.

Grandes empresas de tecnologia, como a Microsoft, Google e Huawei estão investindo em programas similares de apoio à formação e educação na África, de acordo com Amadou Sy, analista econômico global do Instituto Brookings.

E além dos benefícios óbvios de uma boa imagem pública e de ajuda às comunidades locais, esses programas são simplesmente um negócio inteligente.

“Negócios na África são uma proposta em longo prazo e um bom investimento para as empresas no treinamento de pessoal local”, afirma Amadou, acrescentando que as empresas ganhariam status como bons cidadãos corporativos tendo uma força de trabalho mais bem treinada.

© 2014, IBTimes

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