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5 dicas para tornar São Paulo mais sustentável

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Com quase meio milênio de idade, São Paulo, uma das maiores do mundo, acumula uma série de desafios que precisam ser vencidos para se tornar ecologicamente correta, socialmente responsável e economicamente equilibrada. A consultora da Keyassociados, Isabel Santos, apontou alguns caminhos para cinco áreas críticas da capital paulista.

1.Mobilidade

A sexta maior cidade do mundo em população, com 11,8 milhões de habitantes, possui um dos piores índices de congestionamento e uma das menores malhas metroviárias entre as grandes metrópoles do mundo (74,3 km ante 202 km da Cidade do México, por exemplo – dados do site Mobilize).

As faixas de ônibus criadas pela Prefeitura são iniciativas positivas e podem incentivar o uso menos assíduo do automóvel. Mas, é preciso ir além. “A saída é investir, principalmente, na periferia e na ampliação das linhas de metrô. A utilização da tecnologia BRT (Bus Rapid Transit) também é uma boa opção para as grandes cidades. Conforme dados da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), ela chega a transportar três vezes mais passageiros que os ônibus comuns”, diz a consultora.

Para a especialista, é preciso reestruturar a cidade, permitindo que cada bairro seja autossuficiente, e fazendo com que as pessoas não precisem percorrer grandes distâncias para trabalhar, estudar, praticar esportes ou lazer.

2.Áreas verdes

Segundo dados de 2012 da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, a cidade de São Paulo possui 12,43 m² de área verde por habitante. Considerando apenas a mancha urbana da capital paulista, o município tem somente 2,6 m², em média, de área verde pública de lazer por pessoa. “O problema está na distribuição espacial dessas áreas verdes e na falta de manutenção das áreas já existentes. Boa parte desses espaços está mal cuidado e não há frequência de manutenção em seus equipamentos de lazer, corte e poda de árvores, além da falta de segurança”, comenta Isabel. Uma saída é criar áreas verdes onde há concentração maior de pessoas, investindo na revitalização de grandes avenidas e nas margens dos corpos d’água que cruzam o município.

3.Poluição

Grande parte da poluição atmosférica da cidade de São Paulo é causada por veículos automotores. O último Inventário Municipal de Emissões e Remoções Antrópicas de Gases de Efeito Estufa de São Paulo (GEE), divulgado em 2013, mostra que 82% das emissões de CO2 são geradas pela queima de combustível e pelos gases que escapam dos dutos que transportam gás natural. Cerca de 60% do item “queima de combustível”, por sua vez, está relacionada ao sistema de transporte.

“Para reduzir esses indicadores de poluição, é preciso incentivar o uso de metrôs, trens e bicicletas, e diminuir a frequência das viagens em veículos individuais, como motocicletas, que emitem 3 vezes mais monóxido de carbono do que os carros”, afirma.

A poluição também é um problema social. Pelo menos 4.655 pessoas morreram em decorrência da poluição do ar no município em 2011, conforme estudo do Instituto Saúde e Sustentabilidade. O estudo aponta também que se morre mais em São Paulo por causa da poluição, por ano, do que em acidentes de trânsito. A poluição da capital mata também três vezes e meia mais do que o câncer de mama e quase seis vezes mais que a Aids.

4.Água

Água e saneamento básico são essenciais para uma sociedade que pretende ser mais sustentável. No Brasil, o assunto é crítico e São Paulo não é exceção. Do total do esgoto produzido na cidade, 92% são coletados, sendo que desse volume somente 75% são tratados – o que corresponde a 69% do total gerado -, conforme dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). “Esses números nos alertam para dois pontos importantes: é preciso que 100% do esgoto coletado seja tratado e que a coleta atenda a todos os domicílios”, afirma a consultora da Keyassociados.

Outro problema está relacionado à disponibilidade de água na capital. Quase 50% da água consumida em São Paulo vêm do interior, por meio do Sistema Cantareira, do Rio Piracicaba e seus afluentes. “E isso tem gerado uma disputada acirrada entre os Comitês das Bacias Hidrográficas da região”, comenta Isabel. A especialista explica, por exemplo, que a cidade de Campinas deixa de receber empresas que utilizam muita água em razão da falta do recurso hídrico no município, visto que boa parte da água produzida na região vem para a capital (33 m³ de água por segundo).

5.Resíduos Sólidos

Aproximadamente 18 mil toneladas de lixo são produzidas diariamente na cidade, segundo dados da Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (Amlurb). “Para lidar com o lixo é preciso desenvolver ações em diferentes frentes: reduzir a produção de resíduos, o que envolve educação ambiental; incentivar e implantar ações de reciclagem; coletar 100% do lixo produzido; dar uma destinação correta a cada tipo de material descartado, além de promover capacitação e dar apoio aos trabalhadores das cooperativas de reciclagem”, afirma a consultora.

A especialista destaca a importância de educar as pessoas e de criar medidas que incentivem o descarte correto do lixo. Parte dos resíduos produzidos na capital acaba indo parar nas ruas e rios, o que provoca enchentes, o que, por sua vez, pode causar danos econômicos, como a perda de bens materiais, e até mesmo problemas de saúde, com a proliferação de doenças. A título de curiosidade, apenas uma única ação realizada no dia 21 de setembro de 2013 recolheu pelo menos dez toneladas de lixo das margens do rio Tietê, entre Pirapora do Bom Jesus, na Grande São Paulo, e Porto Feliz, região de Sorocaba.

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