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República da erva: o Uruguai exportará maconha?

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O Uruguai mal deu as boas vindas à maconha em sua economia e já está pensando no próximo passo: a exportação. Montevidéu anunciou que começou a receber interesse de laboratórios e governos estrangeiros, os quais querem comprar a planta para testar as possibilidades dos fins medicinais da erva.

O porta-voz do Governo, Diego Cánepa, declarou que, apesar do desenvolvimento do mercado interno ser a prioridade, vários representantes de países como Israel, Canadá e Chile entraram em contato para saber as possibilidades de importação.

“Não foi intenção da lei regular o comércio internacional de maconha, mas o Uruguai está aberto e entusiasmado com a possibilidade”, disse Cánepa para o jornal uruguaio La Red 21.

Para os laboratórios internacionais que testam o potencial uso da maconha, o Uruguai pode ser a solução para a matéria-prima – especialmente agora que a Holanda, fornecedora tradicional da planta, não pode atender a demanda internacional.

Várias empresas já manifestaram interesse em abrir um centro de pesquisa no Uruguai. “Seria um desafio se os laboratórios tivessem que abrir instalações no Uruguai”, disse Cánepa. “Isso vai além do que a lei estabeleceu, mas transformaria o Uruguai em um centro de biotecnologia. É um enorme passo à frente”.

O Uruguai ganhou as manchetes por ser o primeiro país da América Latina a legalizar o consumo de maconha – e o primeiro no mundo onde o governo assumirá o controle total do mercado ao gerenciar a produção, venda e distribuição. Os consumidores poderão comprar a quantidade máxima de 40 gramas por mês, a um dólar por grama.

A medida foi aprovada em dezembro, depois de 11 horas de debate, com 16 votos a favor e 13 contra, em clima de euforia social e preocupação internacional. O Conselho Internacional de Controle de Narcóticos das Nações Unidas expressou preocupação com a legalização, ao que o presidente uruguaio, José Mujica, respondeu no final de setembro, durante sua aparição na sede da ONU em Nova York, onde declarou que o programa é destinado a controlar o mercado da maconha.

“O que queremos é tomar todo o mercado dos traficantes de drogas”, disse ele. O Estado uruguaio, acrescentou Mujica, está empenhado em oferecer um “ambiente seguro para comprar um produto de qualidade pelo mesmo preço que é encontrado no mercado negro”. Nos termos da lei, as plantações de maconha serão subsidiadas e supervisionadas pelo governo.

O Uruguai não está sozinho na abertura das leis para o consumo legal da substância. Os Estados Unidos já começaram a dar passos largos em direção a uma legislação inclusiva, começando pelo Colorado, que a partir do dia 10 de janeiro começou a vender a erva em lojas autorizadas. O estado de Nova Iorque anunciou no domingo que estava “programado para afrouxar leis que envolvem a maconha”, com o objetivo de permitir doses pequenas e controladas da droga para fins medicinas.

(c) 2014, Newsweek.

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