
A morte de Robin Williams e de parte da nossa infância
A notícia já é velha, mas o sentimento ainda é recente.
Acredito que vocês, amigos que leem a minha coluna, devem ter ficado tão surpresos quanto eu, com a morte de Robin Williams nesta última semana. É incrível como uma parte da nossa infância morre quando um ator que interpretou tantos personagens que fizeram parte da nossa vida se vai. E eu, como estudante de teatro e amante de artes cênicas, não poderia falar sobre outra coisa esta semana.
Fiquei chocado com sua morte, principalmente da forma como ocorreu. E confesso que uma semana depois, ainda fico pensando em como isso pôde acontecer. A história do palhaço triste se torna real, quando na verdade a arte é que deveria imitar a vida.
Lembro que o primeiro filme de Robin que assisti foi “Popeye”. Vi a reprise na verdade, porque o filme foi gravado antes de eu nascer. Normalmente não gosto de filmes extraídos de desenhos animados, pois as adaptações costumam ficar esquisitas e os efeitos não são os mesmos dos desenhos animados, sem o exagero característico nas reações, expressões, tombos, etc. Coisas que só a animação consegue fazer, mas Robin conseguiu dar vida ao personagem de tal forma que foi impossível não gostar dele. E por falar em dar vida a um personagem, quem não se lembra de “Hook – A volta do Capitão Gancho”? Divertidíssimo. Lembro que fez um enorme sucesso na TV, inclusive. Perdi a conta de quantas vezes esse filme passou no Domingo Maior e depois na Sessão da Tarde. Não que isto seja um parâmetro, não é mesmo? Mas neste caso, abre-se uma exceção.
Bom, façamos uma cronologia rápida. E perdoem-me se eu esquecer de citar alguns filmes, mas é que são tantos, que mesmo se eu pudesse citar todos, acho que precisaria dobrar o número de palavras da coluna esta semana.
Pra começar, o clássico inesquecível: “Uma babá quase perfeita”. Nossa! Foi impossível não se emocionar com o discurso daquele pai desajustado no tribunal, lutando para poder ficar com os filhos.
Logo depois veio a grande fantasia de “Jumanji”. Juro que gritei “Jumanji!” várias vezes sem sucesso, até perceber que não funcionava na vida real mesmo.
Já na minha fase adolescente, me recordo de ter assistido “Flubber” com uma namoradinha no cinema. Além de ser um filme de comédia incrível, também me ensinou muita coisa, entre elas, a levar sempre as garotas para assistir filmes de terror e não de comédia.
Bom, seguindo esta sequência, temos “Patch Adams”, que, se não me engano, foi baseado em uma história real. Outro grande filme de Robin que celebra a vida e a felicidade em sua forma mais pura.
Outro emocionante clássico que fez todo mundo chorar foi “Amor Além da Vida”.
Seguindo a linha de dramas ainda temos “O Homem Bicentenário”. Uma história futurista repleta de comédia e drama ao mesmo tempo, além de uma incrível produção no que se refere a efeitos especiais. E por último, o filme que encerra a sua época mais marcante: A.I. Inteligência Artificial.
Concordo que depois disso vieram alguns dramas e filmes de suspense, como “Violação de Privacidade” e “Retratos de uma Obsessão”, que exploraram um outro lado de Robin que talvez nós gostássemos menos, talvez por estarmos acostumados com suas tiradas engraçadas e seu jeito divertido, não sei. Mas o fato é que nenhum personagem passava despercebido pelo público quando interpretado por Robin. Afinal, quem não se lembra do seu sucesso como coadjuvante no filme “Gênio Indomável”? É como dizem: “Não existem papéis pequenos, só atores ruins”.
Robin Williams foi incrível em tudo o que fez. E perdê-lo, foi perder uma parte da cultura do cinema, em especial dos anos 80 e 90. Mas acima de tudo, um grande talento, que sabia nos fazer rir e chorar. Um professor de interpretação pra quem pretende ser ator ou simplesmente ama o teatro, o cinema, a vida. As circunstâncias de sua morte são tristes, mas não quero falar disso. Quero lembrar-me dele da maneira como o conheci. Como mais um personagem divertido e brilhante, como tantos outros que fizeram e ainda fazem parte da minha vida.
Clicando na imagem abaixo vocês podem assistir a um vídeo curto com uma singela homenagem.

R.I.P. Robin. 🙁
__________________________________________________________________________________________________
Álvaro Carvalho, publicitário, estudante de teatro e apaixonado por música. Adora viajar, conhecer museus, lugares novos, comidas exóticas e todo tipo de entretenimento ligado a cultura e arte.