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Amamentar e trabalhar – É possível?

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Foto: Wikimedia

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O tema da Semana Mundial de Aleitamento Materno de 2015 é: Amamentar e trabalhar – Para dar certo o compromisso é de todos! . “Eu decidi transformar o slogan numa pergunta: Amamentar e trabalhar – É possível?,  visando promover uma reflexão mais aprofundada sobre a questão, que é tão complexa que fez a própria WABA (Aliança Mundial para Ação em Aleitamento), entidade promotora da iniciativa em nível mundial, retomar um tema já abordado em 1993, quando o enfoque foi Amamentar – Direito da mulher no trabalho! Passados 22 anos, o que será que mudou?”, afirma o pediatra e homeopata Moises Chencinski (CRM-SP 36.349), idealizador do Movimento #euapoioleitematerno.

Os especialistas da WABA, ao optarem pelo tema, fizeram uma análise das ações realizadas, nas últimas duas décadas, em todo o mundo, visando apoiar as mulheres que trabalham e amamentam. A primeira medida importante foi a aprovação da Convenção N°183  da OIT sobre  proteção à maternidade. Além de outras ações significativas que melhoraram a legislação e as práticas nacionais. Os locais de trabalho têm se tornado “mais amigáveis” às mães, com o incentivo de prêmios para os empregadores que contratam mães trabalhadoras, criação de salas de apoio à amamentação e o aumento da conscientização do direito das mães trabalhadoras de darem continuidade à amamentação.

“Mesmo com tudo o que foi feito nestas duas décadas, os estudos sobre a alimentação dos lactentes e das crianças na primeira infância mostram que é preciso avançar mais”, destaca Moises Chencinski.

Objetivos de 2015

Com base no que foi feito e no que ainda pode ser aprimorado, a WABA, destaca os objetivos da Semana Mundial de Aleitamento Materno de 2015:

  1. Promover o apoio multidimensional de todos os setores para possibilitar às mulheres que trabalham a continuidade da amamentação;
  2. Reforçar ações dos empregadores para que os locais de trabalho tornem-se amigáveis à família/ pai /companheiro / bebê e mãe, facilitando e apoiando ativamente as mulheres trabalhadoras para que elas continuem a amamentar;
  3. Informar sobre os avanços mais recentes nos direitos de proteção à maternidade, a nível mundial, e aumentar a conscientização sobre a necessidade de fortalecer a legislação nacional e sua implementação;
  4. Apresentar, facilitar e reforçar práticas de apoio que possibilitem que as mulheres que trabalham no setor informal possam amamentar;
  5. Envolver e formar parcerias com grupos-alvos específicos, por exemplo, sindicatos, organizações de proteção aos direitos do trabalhador/ da mulher, grupos de mulheres, grupos de jovens, visando proteger o direito de amamentação das mulheres nesses locais de trabalho.

Como apoiar efetivamente a mulher que trabalha e amamenta?

“Um dos grandes méritos da Semana Mundial de Aleitamento Materno é nos fazer refletir. O desafio está na mesa: como podemos em nível regional, nacional e mundial empoderar e apoiar todas as mulheres que trabalham, em ambos os setores, formal e informal, para que elas conciliem adequadamente o trabalho e os cuidados com a criança, em especial em relação com a amamentação?”, questiona o médico, autor do blog #euapoioleitematerno.

Segundo o médico, essa é uma “‘batalha difícil’, pois a mulher trabalhadora envolve aquela que está no setor formal da economia, a trabalhadora autônoma ou sazonal e ainda as que prestam serviços domésticos. Todas as mulheres têm as mesmas chances de continuar amamentando seus filhos?”, pergunta Moises Chencinski.

A WABA sugere algumas estratégias para apoiar as mulheres que trabalham. São ações de curto e de longo prazo. A seguir, listamos algumas das sugestões da entidade:

I)                   Legislação e Práticas de Proteção à Maternidade (longo prazo)

  • Atualize-se sobre a proteção da maternidade em seu país;
  • Afilie-se a potenciais parceiros que trabalham em prol da mulher trabalhadora e das questões de igualdade de gênero em seu país, incluindo sindicatos, grupos de trabalhadores, organizações de mulheres que apoiam ações para de proteção à maternidade;
  • Confira os Nove Passos para uma Campanha bem Sucedida de Proteção à Maternidade.

II)                Programas de Apoio à Amamentação no Local de Trabalho (curto prazo)

  • Coopere para que mais empregadores criem espaços como a Sala de Apoio à Amamentação, nos locais de trabalho;
  • Estabeleça o sistema de premiação para aqueles empregadores que apoiam a amamentação ou “são amigos dos pais e da família”, afim de motivar a implementação de práticas favoráveis à amamentação;
  • Assegure que os hospitais e centros de saúde / clínicas sejam também locais de trabalho “amigos das mães”.

III)              Apoio à Amamentação na Comunidade e no Setor Informal

  • Inicie ou fortaleça grupos locais de aconselhamento de pares e / ou de apoio às mães para responder às necessidades das mulheres que trabalham em setores mais marginalizados;
  • Identifique as autoridades locais apropriadas, visando procurar formas criativas de proteger a maternidade das mulheres que estão na economia informal;
  • Identifique grupos de mulheres em sua comunidade ou país que podem ter dados sobre a situação das mulheres na economia informal. Combine forças para responder às necessidades das mulheres na economia informal, visando equilibrar o trabalho com a amamentação e a criação dos filhos.

Sobre as mães e trabalhadoras na economia informal, veja também:

a)     Como Apoiar a Mulher na Economia Informal a Combinar Seus Papéis Reprodutivos e Produtivos, Seção 9 do kit da campanha para Proteção à Maternidade:http://www.waba.org.my/whatwedo/womenandwork/pdf/09.pdf;

b)    Estendendo a Proteção da Maternidade às Mulheres na Economia Informal: Uma Visão Geral dos Programas de Financiamento da Saúde na Comunidade, Documento de trabalho da OIT: http://www.waba.org.my/pdf/67p1.pdf.

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