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8 anos agoon
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Para não engordar algumas jovens chegam a beber detergente, vinagre, shampoo para provocar o vômito e muitas tentam até beber só água. Chegam a ingerir algodão para manter o estômago cheio e ter a sensação de saciedade além de se automutilarem como forma de punição por algo errado que fizeram.
Mas afinal, o que é anorexia? Anorexia Nervosa e a Bulimia são perturbações da alimentação sobre base psicológica, típicas de países nos quais a comida é abundante e onde a magreza tem um valor social positivo. No caso da anorexia, a recusa quase completa aos alimentos além de levar a uma drástica perda de peso, pode causar a morte. Já com a bulimia, que significa “grande fome”, acontece o contrário, a pessoa come vorazmente para, a seguir, vomitar tudo o que foi ingerido, assim, o peso não sofre modificações. Estas doenças, ambas ligadas à insatisfação e à dificuldade de aceitar-se, manifestam-se nas pessoas que têm uma estrutura perturbada da personalidade. Em alguns casos, a anorexia e a bulimia podem se alternar em períodos de crise, ou seja, uma mesma pessoa pode apresentar as duas doenças. Em geral, a pessoa anoréxica é perfeccionista, muito ativa e com uma forte propensão em ter primazia; a pessoa com bulimia é rebelde, extrovertida e impulsiva, com uma organização mental caótica.
Essas perturbações atingem sobretudo os jovens dos 13 aos 16 anos, com nítida prevalência entre as garotas (95%): a relação rapaz/garota é de 1 para 10. No entanto, apesar da idade com maior risco ser a adolescência, muitos estudos já demonstraram que também as crianças entre os 6 e os 12 anos podem ser atingidas pelas perturbações alimentares. Além disso, há um aumento contínuo dos casos da anorexia entre mulheres adultas e casadas.
Os transtornos alimentares são cada vez mais presentes na vida de nossas meninas. De causas variadas, devem ser observados pelos pais, que devem encaminhá-las o quanto antes para especialistas que poderão ajudá-las a ter uma autoimagem mais positiva e saudável. Neste sentido, o ponto principal é a auto aceitação. No geral, a nossa sociedade, com seus padrões de beleza, tem pressionado muito as mulheres a terem um biotipo definido, induzindo-as a acreditar que a felicidade e a aceitação está associada a este fato. Tanto a bulimia como a anorexia são distúrbios da mente que estão ligadas à auto rejeição. O tratamento clínico é multidisciplinar dependendo de um médico, psicólogo e nutricionista. Tratar os sintomas e o comportamento é necessário, mas é fundamental saber como evitar. Que razões levam os jovens a se machucarem tão profundamente?
– Dieta – Redução progressiva de alimentos até comer só verduras em pouquíssimas quantidades;
– Esporte – Atividade esportiva contínua por medo de engordar. Esgotamento com o exercício físico;
– Sensação de frio – Com o corpo desnutrido a temperatura diminui. Penugens podem surgir nos braços na tentativa de aquecer o corpo;
– Pressão arterial – Vertigens e desmaios pela queda da pressão arterial;
– Menstruação – Geralmente há um bloqueio no ciclo menstrual;
– Vômitos – Buscam vomitar compulsivamente depois de ter comido;
– Diuréticos – Uso indiscriminado desses medicamentos.
Causas da Anorexia e Bulimia</>
Estudiosos relacionam muitas causas: genética, pressão social, valores estéticos ligados ao culto ao corpo, mas uma é vital: a relação com a família (afetividade).
É importante observarmos que há uma preocupação constante com o comportamentos, mas não é comum uma proposta ou uma alternativa preventiva para tais situações. O problema da anorexia ou da bulimia pode ser prevenido ainda na infância. A criança é caracteristicamente impulsiva. Isto significa que os pais podem ajudar no equilíbrio dos impulsos infantis, a fim de que não venham se tornar compulsivas (TOC).
Hoje vemos pais com problemas relacionados aos valores que nos identificam como seres humanos e tais problemas se transferem aos filhos. Uma relação familiar conturbada pode ter alguma destas características: superproteção, perfeccionismo (por exemplo, minha filha nunca deu trabalho, é estudiosa, muito obediente, um modelo de pessoa), brigas entre os pais, aglutinação, preocupação exagerada com regimes e dietas. Quando estas situações ocorrem a (o) jovem busca ou impor-se ou atrair a atenção, mas simultaneamente sente-se profundamente descontente. Esse descontentamento é traduzido em revolta e rejeição a si próprio.
A revolta ou a rejeição ocorre primeiro no emocional e depois pode se refletir no corpo. Cientificamente é provado que muitos males do corpo são decorrentes de um emocional doente. O corpo humano é o recipiente de um espírito e de uma alma. Da mesma forma que o corpo físico requer cuidados o espírito e alma precisam de ajuste e ajuda, tais como: não ceder aos desejos incontroláveis e nocivos, a compreensão de diferenças, etc. A medicina busca respostas científicas para essa doença, sem contudo apresentar uma solução plena.
O autodomínio é um princípio divino e a sua prática significa permitir a moderação de descontroles emocionais podendo estender às esferas de maior influência como comer, beber, dormir, etc, o que tem se mostrado muito eficaz no tratamento dessa doença.
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Claudia Giron Munck é Publicitária, Relações Públicas, especializada em Marketing e Mídias Digitais. Atua na área de Comunicação do Sesc SP e é Coordenadora Editorial da Revista Gente Nova.