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Atenção seletiva: pesquisa revela que os pombos podem organizar seus pensamentos por meio da categorização

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As fábulas e histórias morais são repletas de anedotas que nos contam sobre a inteligência dos animais. Acontece que pode haver alguma verdade nessas histórias.

Durante décadas os cientistas têm se interessado na capacidade dos animais em decifrar as informações no que diz respeito à alimentação, meio ambiente, ou perigo. Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Iowa concluíu que os animais, como os seres humanos, podem codificar a informação quando elas são apresentadas com estímulos que fornecem características importantes e tomar decisões com base nelas.

A equipe de Iowa analisou a capacidade de atenção seletiva de pombos e descobriu que, como os seres humanos, eles podem categorizar as coisas comuns, manter ou descartar a informação visual, com base no fato se elas são importantes, novas ou sem impotância.

O trabalho de pesquisa foi publicado no início do mês de abril deste ano, no Jornal de Psicologia Experimental, com o título “Aprendizagem e Cognição Animal”.

“O conceito básico em jogo é a atenção seletiva. Ou seja, em um mundo complexo, com a sua expansão, a confusão do movimentado não atende a todas as propriedades do nosso meio ambiente. Nos atentamos ao que é novo ou relevante”, diz Edward Wasserman, professor de psicologia e colaborador da pesquisa.

A atenção seletiva, considerada durante muito tempo uma característica única dos seres humanos, é definida como o processo pelo qual uma pessoa pode escolher seletivamente um item importante a partir de uma mistura de itens apresentados simultaneamente.

Mas, como esta equipe comprovou, a habilidade de distinguir entre as categorias é importante para sobreviver na selva. O principal autor do estudo, Leyre Castro, explica: ” Todos os animais selvagens na necessidade de distinguir o que pode ser comida de um veneno, são, naturalmente, capazes de destacar predadores de criaturas inofensivas”.

O estudo também revela que os animais e os seres humanos usam o mesmo processo de pensamento quando se trata de fazer distinções. O estudo de Castro e Wasserman revela que aprender sobre características relevantes de um objeto e usá-las para classificá-lo estão interligadas.

Com base em suas observações de pombos, Wasserman diz: “Nós pensamos que eles aprenderaim o que era relevante (primeira etapa) e, em seguida, aprender a resposta apropriada (etapa dois)”. Mas sua análise revelou que a aprendizagem e a categorização ocorrem ao mesmo tempo no cérebro.

Os pesquisadores realizaram um experimento simples para determinar se os animais, como os pombos, realmente têm atenção seletiva. A equipe mostrou às aves dois conjuntos de quatro imagens geradas por computador, tais como estrelas , espirais, e bolhas. Os pombos tinham que distinguir um conjunto do outro: qual o conjunto continha estrelas e qual tinha bolhas.

Já que os pombos bicam somente o que veem, Wasserman e Castro foram capazes de determinar que os pássaros estavam vendo pela imagem que bicavam no touchscreen.

“Como o bico dos pombos fica entre os olhos, temos uma boa ideia do que e para onde ele está olhando: o lugar onde ele bicar”, explica Wasserman.

De acordo com os pesquisadores, animais como lagartos, peixes dourados, aves, peixes ou répteis também podem ter atenção seletiva.

“No entanto, não podemos assumir que nossos resultados seriam verdadeiros em animais com apêndices, como braços, porque os seus olhos podem olhar para outro lugar diferente de onde sua pata se mova”, conclui Wasserman.

© 2014, IBTimes

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