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Brincadeira sem diversão

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Descalço, sujo e despenteado, o garotinho de 12 anos com cara de mais velho pula amarelinha pelas ruas do centro da cidade de São Paulo.

O saco de cola virou seu brinquedo inseparável.

Se aproxima das pessoas, estende a mão fechada e pergunta: par ou ímpar?

Ninguém da fila está disposto a brincar, mas ele insiste e diz: eu sou par!

Puxa a mão fechada contra o corpo e volta a estender mostrando dois dedos.

Comera que ganhou e pede dinheiro.

O valor pode ser qualquer um, de 5 centavos a 2 reais, o importante é conseguir algum trocado, pois ele sabe que dentro das regras do jogo, só o dinheiro pode dar continuidade na sua brincadeira favorita.

Pra ele, nada é mais divertido do que sentir a brisa, viagem ou, seja qual for o adjetivo que ele usa para definir sua alegaria na hora que brinca de se drogar. E mesmo brincando de pega-pega ou pique-esconde pelas ruas, ele sempre volta a ser marionete na mão dos traficantes.

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 Teclado de Papel. Direto do Submundo para o Mundo Virtual. Palavras, pensamentos e poesias. © 2014.

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