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Cientistas produzem grafeno em um liquidificador doméstico

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Foto: Reprodução

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Uma equipe de pesquisadores liderada por Jonathan Coleman do Trinity College Dublin e financiada pela empresa inglesa Thomas Swan inventou uma maneira de produzir grafeno caseiro com um liquidificador comum.

O grafeno é um material fino, flexível, mas forte e conduz eletricidade melhor que o cobre, de acordo com a publicação da revista Nature Materials.

“É um passo significativo para a produção barata em massa”, diz Andrea Ferrari, especialista e pesquisadora de grafeno da Universidade de Cambridge, no Reino Unido.

O grafeno é uma folha de um átomo de espessura formada por átomos de carbono dispostos em uma estrutura de colmeia – um padrão hexagonal quase perfeito. Quando as camadas de grafeno são sobrepostas e misturadas com argila, elas produzem a grafite do lápis.

A equipe fez uma mistura de pó de grafite com água e detergente líquido em um liquidificador. Aconselha-se não tentar isso em casa, não só por causa do delicado equilíbrio da receita, mas também porque você não poderá usar seu liquidificador com outros alimentos.

A técnica com o liquidificador produziu pequenos flocos de grafeno de tamanho micrométrico que tinham, em média, quatro ou cinco camadas de espessura. Os flocos ficaram suspensos na água após a mistura e não tinham defeitos aparentes, o que significa que podem produzir elevada condutividade elétrica.

Além de seus usos potenciais em eletrônica, o grafeno pode ser útil no tratamento de água e até mesmo na produção de preservativos mais finos. Jonathan Coleman sugere que os flocos de grafeno poderiam ser usados como um reforço em garrafas de plástico, tornando-as mais resistentes e diminuindo a demanda e produção de produtos plásticos.

Jonathan acredita que a técnica seja eficaz porque o liquidificador cria força de cisalhamento suficiente no líquido para puxar as folhas de átomos de carbono a partir dos pedaços de grafite.

É difícil produzir grafeno de alta qualidade com os métodos do mercado atual. Ele pode ser comprado online e muitos itens na loja são vendidos com defeitos e com diminuição da condutividade. “A maioria das empresas está vendendo coisas que eu nem chamaria de grafeno”, diz Jonathan.

A partir deste método, Jonathan e sua equipe foram capazes de fazer o grafeno com um método simplificado, sem ultrassom. Isso significa um corte nos custos de energia e, apesar das folhas de grafeno serem minúsculas, este processo produz vários deles.

Ao contrário de outros processos atuais do mercado, se uma parte do carbono não produz folhas perfeitas, com este método o carbono pode facilmente ser filtrado e reintegrado ao processo.

Em 2004, a descoberta do grafeno foi publicada na revista de ciência pelos pesquisadores da Universidade de Manchester, Andre Geim e Konstantin Novoselov, que dividiram o Prêmio Nobel de Física.

© 2014, IBTimes.

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