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Como observar atitudes de agressividade em crianças

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Algumas crianças adoram ser o “centro das atenções”, e quando deixamos seus hábitos de lado elas procuram um jeito de atrair todos os olhares, seja dos pais ou de quem estiver próximo. Fatores cotidianos como programas de televisão, amizades, convívio familiar podem determinar na influência do comportamento agressivo, se não houver diálogo e carinho. Há casos em que as crianças agressivas se ferem na busca de atenção. Os pais precisam estar atentos ao comportamento dos filhos, observar como reagem quando é chamada a atenção, entre outros. Devem saber impor – acima de tudo respeito e limites – a criança não deve temer os pais, outro fator que contribui são os tratamentos psicológicos que ajudam a melhorar as reações de agressividade que as crianças demonstram.  Os primeiros comportamentos que adquirimos na vida são por intermédio da criação e observação da conduta dos pais e muitas vezes a criança manifesta o que aprendeu no seio familiar na sua fase adulta, por isso é preciso driblar e ajudar no desenvolvimento infantil.

Identificando a agressividade

“A identificação da agressividade na fase infantil pode ser notada, tendo como referência algum comportamento (verbal ou não). Crianças agressivas, que xingam ou chutam pessoas e objetos, querem constantemente serem saciadas a todo custo, elas não sabem lidar com situações negativas e precisam ser “vista” pelos pais a todo momento, na verdade o que elas procuram é chamar a atenção, e essa conduta pode estar associada a uma possível carência afetiva”, explica a  psicóloga especialista em Terapia Comportamental da Clínica Vivencialle, Dra. Letícia Guedes.

A agressividade não é um fator de personalidade, ela é adquirida devido às influências vivenciadas no seu cotidiano. A mudança pode ocorrer devido a situações como o nascimento de um novo bebê na família, separação dos pais ou então a perda de algo que satisfazia suas vontades. “Algumas vezes, as crianças apresentam uma agressividade não transitória, mas permanente, ou seja, estão a todo o momento provocando situações de briga ou combate”, acrescenta.

Dificuldade de relacionamento com outras crianças, abusos e humilhações por parte de adultos, pais que evitam dizer “não” quando necessário (a criança fica possessiva aos desejos), o excesso de cobrança, são fatores que contribuem para o comportamento hostil e agressivo que será demonstrado ao longo do tempo.

Diálogo

Desenvolver um diálogo é o ponto principal para a criança, apesar de alguns pais preferirem o método de punição. A ajuda psicológica é essencial, pois o profissional poderá orientar os pais sobre a maneira correta de proceder ao diálogo, é preciso assisti-la por meio de muita observação para interromper o ciclo de violência adquirida na infância.

Analisar a criança na escola, saber sobre o comportamento do seu filho fora de casa, pode ajudar a entender melhor sobre sua agressividade. Os professores devem relatar aos pais sobre o comportamento da criança com outras e sobre o empenho curricular. “O afeto familiar é o principal caminho para ajudar no trabalho de desenvolvimento da criança, os pais devem orientar nas atividades dos filhos, incentivar, propor reflexões sobre as razões de determinadas atitudes ou comportamentos, solicitar objeções da criança quando ela se recusa a concordar e por último, reconhecer que a criança possui interesses próprios e maneiras particulares,” comenta a psicóloga.

Processo de construção pessoal na infância  

“Não existe uma idade determinante para a agressividade ter início. A história de vida e criação na infância pode determinar na fase adulta do individuo seu modelo de comportamento, ou seja, os vínculos estabelecidos ainda quando criança pelos pais, a afetividade, a forma de criação, os valores transmitidos no núcleo familiar, tudo isso influi no processo de construção da personalidade. O ambiente saudável, onde a criança cresce, possa manifestar suas vontades, onde existam diálogos com os pais e esses expliquem e orientam a respeito de determinados comportamentos e atitudes, faz com que a criança se torne um adulto ‘equilibrado’”, ressalta Dra Letícia.

Alguns pais são permissivos, eles devem se atentar em se apresentar para a criança como um modelo e não como um recurso para realização de seus desejos. É importante salientar que os pais devem enxergar a criança como um potencial adulto, nunca colocar a criança em posição de fragilidade protegendo-a a todo instante, é preciso estimular a criança visando seu desenvolvimento e autonomia.

Tratamento

O tratamento psicológico avalia as situações em que a criança demonstra seu comportamento agressivo, a partir disso se estabiliza uma dinâmica de trabalho através do processo terapêutico. Normalmente o trabalho discorre até o momento em que as intervenções comecem a dar resultados, isto é, a criança deve mostrar que já consegue superar as queixas que levava a agressividade, assim os pais poderão evitar futuros sofrimentos. “Em alguns casos, este tratamento é feito em conjunto com os pais e em locais como a casa e escola, devemos estar inseridos no ambiente familiar desta criança, observar seus passos, o que elas gostam de fazer e como os pais lidam dia a dia com a criança, lembrando que o ambiente familiar é a parte mais importante para o desenvolvimento pessoal dos filhos, por isso dispomos, inclusive, de um trabalho voltado para os pais denominado de treino de pais”, explica Dra Letícia.

Dra. Letícia Guedes é psicóloga clínica, analista do comportamento, especialista em terapia comportamental

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