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Cuidado com a porta no emprego novo

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Cuidado com a porta no emprego novo

Primeira semana de trabalho. Não adianta, é sinônimo de nervosismo.

Existem muitas recomendações: não veste tal roupa, não fala assim, faz assado. Mesmo com o esquema decorado, todo cuidado é pouco. Não importa qual o motivo, novatos sempre despertam curiosidade.

Sentei ao lado da minha tutora e fiquei anotando tudo. Complicada era a hora do café, que todo mundo conversava comigo e eu não lembrava o nome de ninguém. Morria de medo de cometer algum deslize. Já nos corredores, os mais apressados não notam que a gente existe. Bom e ruim ao mesmo tempo.

Meus primeiros dias seguiram tranquilos até que enviaram uma nota fiscal por engano. Todos ocupados, a chefe pediu para eu levar no outro andar.

Gelei! Desci as escadas e entrei na sala, tinha apenas um fulano sentado, trabalhando.

– Oi, entregaram uma nota por engano. Posso deixar com você?

– Claro.

Virei as costas e ele me chamou, virei de novo:

– Ei, desculpa. Que olhos bonitos. Como é mesmo seu nome? Você é nova aqui, não?

Falei meu nome, concordei que era nova, virei e… PLAFT! Enfiei a cara no armário! Ele balançou, balançou, os vasos e cacarecos que estavam em cima ameaçaram cair e eu o agarrei pensando: “Mal entrei e já estou destruindo a empresa!”. A parede atrás dele era de vidro e já podia ouvir o barulho do vidro e dos vasos partindo em mil pedaços, espalhando toda a terra no escritório. O chão me fugiu por alguns segundos, mas nada caiu e, abraçada, consegui segurar o armário. Droga, quem o colocou ali? Podia jurar que ele ficava um pouco mais à direita.

Rindo muito, o fulano me perguntou se estava tudo bem. Ainda com a cara colada no móvel e com a voz amassada, respondi que sim. Sem movimentos bruscos, dei um passo para o lado e saí. Dessa vez pela porta mesmo.

Para minha infinita sorte, o cara foi transferido para o interior e só quem soube que aquele armário tinha o contorno do meu rosto gravado foi o pessoal da minha sala, porque tive que contar para alguém meu primeiro mico institucional.

No fim, de todas essas fórmulas, o que realmente vale é aprender a ter tranquilidade quando se começa em um emprego novo e, principalmente, ter mais confiança em si mesmo, sem medo das pessoas. Ah, e não se esquecer de calcular bem o espaço das portas, claro. #ficaadica

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Claudia Giron Munck é Publicitária, Relações Públicas, especializada em Marketing e Mídias Digitais. Atua na área de Comunicação do Sesc SP e é Coordenadora Editorial da Revista Gente Nova.

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