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Da Bolívia a Suíça em alguns minutos

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Da Bolívia a Suíça em alguns minutos

Quem sempre sonhou conhecer o mundo, mas não se dispõe a pagar o que é cobrado pelas companhias aéreas, terá boas opções na Pauliceia. É que em vários pontos da cidade é possível ter um pouquinho do mundo gastando quase nada. E o melhor de tudo: podendo ainda levar todos os seus amigos, sem correr o risco de voltar da “gringa” com um álbum só de selfies.

Viajar pela Pauliceia é fácil mesmo. Não exige passaportes, vistos e nem 1 mês de férias. É possível em um único dia dar um pulo no Japão, meditar, comer um lamen, comprar balas de algas, cadernos para origamis e fechar a noite em uma cantina Italiana, daquelas que parecem frequentadas pela máfia. Ou ainda, passar o dia na Bolívia com tudo que se tem direito – salteñas, flautas de pã e malhas andinas – e a noite, saborear um chocolate oriundo dos Alpes Suíços. Dá pra ir, sim. E foi exatamente o que fiz num domingo desses.

Fui de carro com uns amigos, mas poderia ter ido de metrô. Descobri depois que a estação Armênia (linha azul) fica a apenas 700 metros da Praça Kantuta. E é nessa praça, cujo nome faz referência a uma flor que cresce na região dos Andes e tem as mesmas cores da bandeira da Bolívia, que mais de 2 mil bolivianos se reúnem aos domingos para comer, ouvir músicas e até cortar o cabelo. É uma feira deles para eles mesmos com o objetivo de manter viva a cultura que tiveram que deixar para trás. O idioma oficial, como você pode imaginar, é o espanhol. Mas não se intimide: há vários cartazes em portunhol para facilitar a comunicação com os “turistas”.

Não preciso dizer que me senti estrangeira no meio de tantas pessoas de olhos levemente puxados, pele morena e cabelos escuros. Mas isso de forma alguma foi um problema. Eu garanto que você será muito bem recebido e sua atenção será disputada.

Na feira boliviana, há várias barraquinhas de comidas típicas (como salteña, chicharrón e fricasé), de produtos locais (como a cerveja boliviana Paceña, o refrigerante Inca Kola e o suco Fresco de Quizá), de CDs de bandas bolivianas e de artesanatos. Para aproveitar melhor tudo isso, adote a postura da “distribuição de renda”: Não deixe para comer ou comprar tudo no mesmo lugar. Experimente várias barraquinhas e descubra em qual delas é vendida a melhor salteña, por exemplo.

Na Praça Kantuta, há também barraquinhas exclusivas para bolivianos. Nelas, eles podem obter informações sobre o processo de legalização no Brasil, tirar a carteira de trabalho, enviar dinheiro ao exterior, comprar bilhetes telefônicos, passagens de ônibus para La Paz e até se matricular em aulas de português. Como já mencionei, a feira serve de ponto de encontro da comunidade boliviana em São Paulo e por isso, o clima é de união, celebração e também de cooperação.

Rumo aos Alpes Suíços

Depois de assistir a uma apresentação de dança folclórica realizada às 16h, decidimos deixar a Bolívia rumo aos Alpes Suíços para experimentar o chocolate que é considerado o melhor do planeta. O percurso, feito de carro, durou apenas 25 minutos (rápido, né?!) e a parada foi em uma chocolataria suíça localizada no bairro dos Jardins: a My Swiss Choco.

A loja trabalha com o sistema “faça você mesmo”, sugerindo que o chef seja o próprio cliente. Você monta a sua barra de chocolate na hora e para isso, há várias opções de ingredientes. Tem confete, m&m e castanhas pra quem não acordou tão inspirado. Sal do Himalaia, wasabi e pétalas de rosa, entre outros 30 ingredientes exóticos, pra quem gosta de inovar. Mas o que eu realmente adorei na My Swiss Choco foi a chance de poder comer um chocolate na hora, recém-resfriado.

E assim, “atravessamos o oceano” sem turbulências, sem conexões e sem o menor risco de ter a mala extraviada. Fica a dica.

Em São Paulo, a Bolívia fica na Praça Kantuta, todo domingo, das 11h às 19h. Se você for de metrô, desça na estação Armênia, saída para a Rua Pedro Vicente. A Praça Kantuta está a apenas 700 metros da estação. A My Swiss Choco conta com três endereços: Rua Haddock Lobo, 1.327 / Shopping Villa Lobos / Morumbi Shopping.

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Clarissa Sá é carioca. Chegou em São Paulo em 2012 para trampar e acabou por tomar gosto pelas preciosidades que passou a garimpar na Pauliceia. © 2014. Para conhecer suas outras garimpadas, acesse: http://garimpandonapauliceia.wordpress.com

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