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Duas palavras que podem prejudicar o seu filho: Bom trabalho

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Alguns pais acreditam que ganhar não é tudo e que o importante é competir, mostrando ao filho que pelo menos ele tentou e deu o seu melhor. Mas também existem pais que até gritam com o treinador quando as crianças entram na quadra, pois não admitem que o filho seja um perdedor.

Muitos pais querem que seus filhos cresçam cego ao fracasso, ouvindo apenas o lado positivo. Eles temem que o reconhecimento de qualquer mediocridade crie cicatrizes emocionais durante a vida da criança.

Estudos da Universidade de Utrecht, na Holanda e Ohio State University apontam que esta estratégia pode sair pela culatra.

“Se você disser a uma criança com baixa auto-estima que eles fizeram algo incrivelmente bem, eles podem pensar que sempre precisa fazer incrivelmente bem”, disse – Eddie Brummelman, principal autor dos estudos e doutorado do departamento de psicologia da Universidade de Utrecht. “Eles podem se preocupar em conhecer esses padrões elevados e não tentar novos desafios”.

Brummelman e seus colegas pesquisadores elaboraram três experimentos. O primeiro descobriu que crianças com baixa auto-estima normalmente recebem elogios duas vezes mais do que crianças com auto-estima elevada. É a diferença entre “Trabalho bem feito! e “Você fez um bom trabalho!”. “Esse advérbio, esse pequeno impulso, pode virar um  sucesso menor acabando com a expectativa de um garoto que não acredita em si mesmo .

O segundo estudo contou com a ajuda dos pais. As crianças completaram 12 exercícios de matemática cronometrados pelos seus pais. Brummelman e seus colegas observaram que quando os pais administram, o ego da criança fica mais inflado. “Você é tão incrível! ou “Fantástico!” – “Bom trabalho”.

Crianças que se sentem mal com as suas capacidades tendem a ter respostas muito negativas para o mau desempenho, de modo que o pai atento possa intervir com algumas palavras de apoio. Problema resolvido, certo?

“Os pais pensam que as crianças com baixa auto-estima precisam de mais elogios para se sentirem melhor”, disse Bushman. “É compreensível que os adultos façam isso, mas achamos em outro experimento que este tipo de elogio não é bom para as crianças. “Então o problema não está resolvido”.

O terceiro estudo da equipe levou o elogio administrado no segundo estudo e o estendeu  para o desempenho futuro. As crianças foram convidadas para recriar uma arte de Van Gogh (fazendo o seu melhor) e o desenho final seria criticado por um pintor profissional. O crítico elogiou as crianças com auto-estima e baixa auto-estima. Em seguida, eles fizeram um segundo desenho. Desta vez, eles tinham uma escolha: copiar um desenho fácil ou assumir uma parte mais difícil?

Para desgosto dos pais, as crianças com baixa auto-estima escolheram a peça menos exigente. Seguindo uma rota segura. Já as crianças com auto-estima foram mais propensas a procurar um desafio maior depois de receber elogios.

Isso contribui para uma decisão difícil como pai. “Elogiar crianças com baixa auto-estima evita com que elas busquem novo desafios”, Bushman explicou, acrescentando que os pais cujos filhos têm baixa auto-estima podem ter uma abordagem menos revoltante quando avaliarem o desempenho de uma criança. Proteger sentimentos no curto prazo torna um garoto melhor em lidar com o fracasso, mas ao longo prazo não é superado.

“Isso vai contra o que muitas pessoas podem acreditar que seria mais útil”, disse Bushman. ” Não é realmente útil elogiar crianças que já se sentem mal sobre si mesmos.”

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