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Doença corresponde cerca de 5% de todas as epilepsias e sua incidência varia diretamente conforme a gravidade do trauma.
A epilepsia pós-traumática tem como causa acidentes ou pancadas na cabeça e até mesmo casos mais graves, como os traumatismos cranianos. Não se sabe ainda o mecanismo associado e que impulsiona para a epilepsia pós-traumática, porém, estudos apontam que elas podem surgir em virtude de lesão direta do tecido cerebral, por contusão, fragmentos ósseos, hemorragias e lesões secundárias por edema. Segundo o neurocirurgião Luiz Daniel Cetl, a epilepsia pós-traumática responde cerca de 5% de todas as epilepsias e sua incidência varia diretamente conforme o trauma, que pode ser leve, moderado ou grave.
“A epilepsia pós-traumática é uma crise epiléptica repetida que surge após dez dias do trauma. Em 50% dos casos, elas podem aparecer ainda no primeiro ano. E, em algumas situações, até mesmo depois de vários anos após um acidente”, explica o neurocirurgião, especialista pela Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN) e membro do grupo de tumores do Departamento de Neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).
Doenças neurológicas, como epilepsia, Parkinson e Alzheimer, podem causar sérios acidentes de trânsito. Por outro lado, um acidente de trânsito pode desencadear uma epilepsia pós-traumática, que ocorre quando há fratura de crânio com depressão, hematoma intracraniano e amnésia pós-traumática por 24 horas.
Os casos mais delicados e que indicam um período maior para o surgimento de uma epilepsia pós-traumática são os ocasionados por arma de fogo. Normalmente, este período pode ser de dez a 15 anos após o trauma, ou ainda maior se a arma foi de uso militar.
Tratamento
A epilepsia pode ter diversas causas, entre elas um traumatismo craniano. O tratamento para a epilepsia pós-traumática é o mesmo para os quadros convencionais, ou seja, para os popularmente conhecidos ataques epilépticos. Pode ser realizado por via medicamentosa, com uso das chamadas drogas antiepilépticas (DAE), eficazes em cerca de 70% dos casos, quando há controle das crises, e com efeitos colaterais diminutos. Quando não há controle destes sintomas, outros tratamentos possíveis são a cirurgia, a estimulação do nervo vago e dieta cetogênica. No entanto, apenas um profissional, analisando o caso, poderá indicar o tratamento apropriado para o paciente.
O objetivo do tratamento é garantir uma melhor qualidade de vida ao paciente. Quando não tratadas, a qualidade de vida do epiléptico é fortemente afetada. Por não ter controle das crises, muitas vezes o paciente não consegue manter o emprego e/ou os estudos, além de estar mais propício a acidentes. Outra grave consequência está relacionada ao estado de mal convulsivo (várias convulsões seguidas, sem recuperação entre elas), que se não tratado rapidamente, pode levar a danos cerebrais definitivos. No entanto, com acompanhamento médico e, consequentemente, com o devido tratamento, pacientes com epilepsia levam uma vida normal, muitos alcançando destaque profissional.