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Estudo revela fatos negativos de empresas que podem afugentar investidores

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As questões ambientais, sociais e de governança corporativa trazem riscos e oportunidades de negócios para as empresas. Os investidores tem monitorado a atuação das empresas com lupa, de maneira a detectar com antecedência eventos socioambientais de impacto, como a recente multa de R$ 216 milhões contra a operadora OI, aplicada pela ANATEL por falta de cumprimento das metas de atendimento aos clientes.

Segundo Gustavo Pimentel, diretor da SITAWI – Finanças do Bem, organização que analisa o desempenho socioambiental das empresas, uma penalização pesada deste tipo não foi nenhuma surpresa: “A OI lidera nosso ranking como a empresa com mais fatos negativos em 2013 no quesito Clientes, somando um total de 22 casos, bem à frente de TIM (11), Banco do Brasil (9), Amil (5) e Bradesco (4). Caso não invista para resolvê-los, os problemas acabam se avolumando e as multas se multiplicam”, argumenta.

A SITAWI também monitora as empresas nos temas de Meio-Ambiente, Trabalhadores, Comunidades e Governança. Dentro do quesito Clientes, são analisados os fatos negativos nas Relações com Consumidores, Segurança e Qualidade do Produto, Controvérsias em Marketing e Propaganda e Práticas Anticompetitivas.

Os fatos são classificados de acordo com a ocorrência e valor das penalizações, número de pessoas afetadas, repercussão do caso junto a stakeholders (reguladores, sociedade civil, mídia), entre outros fatores. Desta análise se atribui um grau de severidade, podendo ser Baixo, Moderado, Severo ou Muito Severo.

Segundo o diretor da SITAWI, o número e severidade dos fatos servem de alerta aos investidores sobre possíveis problemas futuros. “Os investidores combinam a avaliação socioambiental com a análise econômico-financeira para tomar melhores decisões sobre onde alocar seus ativos. Caso já sejam acionistas de empresas com problemas, utilizam estas informações para engajar os executivos na busca de melhorias.”

O estudo da SITAWI analisou as controvérsias de 72 empresas listadas em bolsa que compõem o Índice MSCI Brasil. O setor de Telecomunicações lidera com 26% dos fatos negativos, principalmente envolvendo má qualidade do serviço e atendimento a clientes, sendo 44% deles considerados graves. Logo abaixo segue o setor de Serviços Financeiros com 17%, seguido por Serviços Públicos (água e eletricidade) com 14% e Petróleo, Gás e Energia com 13% dos fatos negativos identificados.

“É natural que setores que prestam serviços a um elevado número de clientes tenham mais controvérsias e fatos negativos. Ainda assim, é notória a diferença no número e gravidade dos problemas mesmo entre empresas do mesmo setor, o que pode indicar uma discrepância na qualidade da gestão”, pondera Pimentel.

A OI enfrenta atualmente outra forte controvérsia no quesito Governança, com acionistas minoritários criticando seu plano de fusão com a Portugal Telecom.

 

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