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Planejamento estratégico e atuação segmentada são essenciais, principalmente para os primeiros anos de escritório.
Em levantamento divulgado recentemente, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) mostrou que a falta de um plano de negócios antes da abertura da empresa foi a causa responsável pelo fechamento de 55% dos empreendimentos logo nos primeiros anos de atividade no país. No mercado jurídico, a preocupação com o mesmo planejamento antes mesmo da abertura do escritório também é fundamental para quem almeja o sucesso na carreira jurídica.
De acordo com Rodrigo Bertozzi, consultor da Selem & Bertozzi Consultoria e pioneiro na gestão de escritórios de advocacia e marketing jurídico no Brasil, “da mesma forma que o mercado jurídico está crescendo em tamanho, a sua complexidade e decorrente segmentação da profissão nos últimos anos também tem aumentado. O cenário é favorável e possibilita que, com foco correto e um plano de negócios bem detalhado, os profissionais se posicionem não apenas nas novas áreas que estão surgindo no Direito, bem como nos novos modelos de advocacia que estão em franco desenvolvimento”, diz Bertozzi, autor do livro “A Nova Reinvenção da Advocacia: A Bíblia da Gestão Legal no Brasil”.
Atualmente, o Brasil tem 835 mil advogados formados pelas 1120 faculdades de Direito que operam no país. Em número de profissionais, o Brasil ocupa a terceira posição no ranking mundial, perdendo apenas para a Índia e para os Estados Unidos.
“Mesmo com essa grande quantidade de oferta de profissionais, o apuro técnico está em falta. Para diminuir essa diferença, advogados que estão em fase inicial de carreira e que desejam empreender não devem abrir um escritório e atender a todas as áreas do Direito. É preciso ter estratégia bem planejada. Um caminho é se lançar e buscar se firmar no mercado como uma boutique, com foco em uma área especializada. Absorver uma fatia do mercado pode render boas oportunidades de crescimento”, orienta o consultor.
Entre as modalidades existentes no Direito, Bertozzi destaca que áreas como a de entretenimento, previdência, novas tecnologias, arbitragem e internacional, além das ligadas à matriz econômica brasileira, como o agronegócio, logística, saúde e infraestrutura devem registrar amplos crescimentos nos próximos anos.
“São setores em evidência no país. E quanto maior a regulação desses campos, maior a complexidade e necessidade de aprimoramento dos advogados. A essa hiperespecialização soma-se o fato de que o futuro próximo está ancorado no conceito de banca de negócios, onde o cliente busca mais que apenas a demanda judicial. Ele quer ter aconselhamento, análises de riscos e um acolhimento com leitura estratégica tanto no consultivo quanto no contencioso. Essa demanda está no centro da reinvenção da advocacia e profissionais que se atentem a essa nova fase do Direito no país poderão empreender, com grandes chances de alcançar o sucesso”, conclui o consultor