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Intérpretes lutam para receber royalties nas rádios norte-americanas

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Você pode determinar um preço para o “respeito”? Provavelmente não é zero. No entanto, ironicamente, a versão de Aretha Franklin nunca rendeu um centavo para a cantora em décadas nas rádios americanas.

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Franklin não está sozinha, a empresa elite inclui Whitney Houston por seu cover de Dolly Parton “I Will Always Love You” e Jeff Buckley pela sua versão de Leonard Cohen “Hallelujah”. Devido a um precedente legal que as mantêm firme, apesar de décadas de protesto, as estações de rádio AM-FM dos EUA são obrigadas a pagar somente os escritores das músicas, não os intérpretes.

Ao resistir a pagar os artistas pela transmissão, os EUA são os únicos democráticos.

Agora, uma organização voluntária de artistas recém-criada – chamada The Content Creators Coalition – visa mobilizar seus fãs para mudar a situação.

“Eu acho que várias pessoas não estão cientes da situação”, diz Ruen, que organizou um evento que acontecerá em Nova Iorque para levantar patrocínios musicais. “Esses pagamentos – na maioria pequenos valores – que os artistas e músicos de estúdio estão perdendo pode fazer a diferença para que alguém seja capaz de continuar a sua carreira e viver uma vida digna”.

O evento gratuito vai contribuir para que os fãs assinem uma petição online e pressionem o Congresso a aprovar um projeto de lei que garanta os direitos de um intérprete em rádios comerciais.

O sistema de pagamento é complexo, de acordo com os dados da SoundExchange, uma organização sem fins lucrativos que distribui royalties digitais. Os serviços seguem estruturas diferentes, de distribuição de frações de centavo por fluxo. Além disso, alguns serviços pagam por faixas gravadas antes de 1972 – a proteção dos direitos autorais foi alcançada nesse ano e aplicada às canções – e têm sido processados por artistas e grupos de defesas.

Uma coisa permanece constante: o argumento do chefe da rádio comercial contra os royalties dos intérpretes. “O valor promocional de rádio local é tão extraordinário que gera enormes receitas para os artistas e gravadoras”, disse Dennis Wharton, vice-presidente executivo da National Association of Broadcasters, uma organização sem fins lucrativos que representa as redes de rádio, incluindo o Clear Channel. “Uma taxa que seria ligada as estações de rádio para além dos honorários do compositor que pagamos, poderia ter um impacto financeiro negativo na rádio local”, explica Dennis.

A indignação dos artistas aumenta, pois eles estão perdendo royalties também no exterior. Já que os artistas estrangeiros não são pagos pelas rádios dos Estados Unidos, esses países, muitas vezes, se recusam a pagar os artistas norte-americanos. “Eu saio em turnê principalmente na Europa, minha música toca principalmente lá. Também tenho uma turnê na América do Sul e no Japão. A partir de hoje esses royalties estão sendo retidos, mas, se fossem pagos, fariam a diferença na minha vida”, declara Ribot.

© 2014, Newsweek

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