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Investimento com resultados mágicos

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Paulo

Investimento com resultados mágicos

Existe um investimento sendo feito por algumas grande companhias multinacionais que oferece até 4 dólares de retorno para cada 1 dólar investido. Essa simples frase deveria ter significado evidente e interesse prioritário para qualquer empresa que se leve a sério. Existe também um método para diminuir o turn-over que vem sendo utilizado pela SAS Software, uma empresa americana, que tem hoje um turn-over de 4%, quando o numero comum do seu segmento fica em torno de 20% Mais uma informação bombástica que deveria deixar qualquer empresa interessadíssima: todos sabem que alta rotatividade de pessoal prejudica a performance final e dificulta todos os processos de qualidade, demandando altos investimentos em contratação e treinamento de novas pessoas. Numa outra empresa chamada Aetna, com cerca de 13 mil funcionários, conseguiu-se reduzir custos relacionados a problemas de saúde em mais de 7%, no mesmo ano em que o segmento do qual participa via seus custos aumentarem.

A maioria das empresas, diante desses números, provavelmente diria que necessita implantar imediatamente iniciativas semelhantes, não é?

Bem, não é o que está acontecendo globalmente, e pelo que vejo, menos ainda no Brasil. Mas assim que eu disser qual é o investimento “mágico”, as razões vão ficar bem claras:

O investimento mágico que tem gerado esses resultados incríveis é… nas pessoas. Mais precisamente, no bem-estar das pessoas. Essas empresas estão investindo em programas de saúde preventiva e incentivo à atividade física, sim. Mas, o centro, o aspecto principal e mais relevante desse movimento é outro: É o foco na redução do estresse e, principalmente, na carga de trabalho. E antes que surjam as objeções óbvias: todas elas tem tido ganhos de produtividade.

Elas apenas descobriram que fazer alguém trabalhar 12 horas por dia resulta em… péssimo trabalho sendo desenvolvido a partir de um determinado ponto. Que impedir que seus funcionários tenham dias livres todas as semanas, literalmente, destrói o volume de produtividade e a qualidade do trabalho ao longo do mês.

Até a tradicional “panela de pressão” do mercado financeiro tem revisto suas práticas. É bem verdade que foram necessários dezenas de suicídios noticiados mundo afora entre seus executivos para que essa indústria começasse a questionar-se. Neste momento, várias dessas instituições baixaram normas internas que obrigam o funcionário a tirar férias anuais. E normas de segurança que impedem que o funcionário possa ter acesso ao escritório das 9 da noite na sexta-feira até às nove da manhã da segunda. Junto com memorandos que instruem os mesmos a afastarem-se do trabalho pelo período.

Sim, os chefes e gestores serão cobrados pelo cumprimento dessas normas. Porque, independente do que eles achem sobre isso, acumulam-se dados relevantes há mais de 20 anos que apontam, todos, inequivocamente, numa única direção. A mesma direção apontada pelos especialistas de Harvard, e que agora começam a gerar resultados em todas as empresas que tem implantado essas atitudes.
Sobre isso, um excelente e muito detalhado artigo de Arianna Huffington, presidente e editora-chefe do The Huffington Post Media Group foi publicado na semana passada e pode ser acessado, no original em inglês, aqui: Big Business finally learns that wellness is good for business.

Tudo isso aponta numa direção simples; que deveria até ser óbvia, e que foi ignorada por todos esses anos:
“Se você não tratar um ser humano como ser humano, com limites, cansaço, necessidade de descanso, sujeito a falhas; que tornam-se crescentes em períodos extensos de trabalho, se não permitir a ele o ciclo de descanso entre cada jornada de trabalho… bem.. sem essa “manutenção básica” esse estranho “insumo” chamado ser humano simplesmente… não funciona bem.”

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Paulo Ferreira é Diretor de Comunicação da ONG internacional New Earth Nation; Conselheiro e Representante do Nikola Tesla Institute em SP e autor do livro O Mensageiro – O Despertar para um Novo Mundo. © 2014.

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