
Foto: Google Maps
O Japão iniciou a construção de uma estação de radar em Yonaguni, uma ilha próxima de Taiwan, a 160 quilômetros da costa. A instalação vai fornecer ao Japão uma melhor capacidade de defesa e vigilância sobre as ilhas Senkoku, uma pequena cadeia que é o foco da disputa amarga entre a China, Taiwan e Japão.
O movimento é a primeira expansão militar do Japão em 40 anos e pode ser a primeira de muitas expansões nas principais ilhas do país, de acordo com o Ministro da Defesa Isunori Onodera.
“Esta é a primeira implantação desde que os EUA voltaram a Okinawa em 1972, e apela para que sejamos mais atentos ao nosso crescimento, diz Onodera. “Quero construir uma operação capaz de defender adequadamente as ilhas que fazem parte do território japonês”.
A ilha Yonaguni fica a 150 quilômetros de distância das ilhas Senkaku, chamadas de Ilhas Diaoyudao na China. Elas são disputadas por razões geopolíticas, históricas e econômicas, mas, sobretudo, a disputa está centrada nos direitos de pesca ao redor das ilhas.
Atualmente existem apenas dois policiais na pequena ilha habitada por 1.500 moradores. O Japão irá implantar cem soldados de sua Força de Auto-Defesa, juntamente com a estação de radar.
Alguns moradores estão preocupados se a base de radar vai destacar a atenção da ilha, tornando-a um alvo, caso a disputa com a China não se resolva. Outros acolhem a implantação, dizendo que vai impulsionar a economia local.
“As opiniões estão divididas”, comenta Tetsuo Funamichi, chefe da filial local da Associação Agrícola do Japão. “É bom para a economia, por um lado; por outro, algumas pessoas se preocupam que a ilha se torne um alvo de ataques”.
As tensões nas ilhas próximas a Senkoku já aumentaram ao longo dos últimos dois anos. Em 2013, navios militares japoneses e chineses estavam a 3 quilômetros um do outro e se prepararam para um confronto. Os navios de pesca de taiwaneses escoltados pela guarda costeira de Taiwan também entraram nas águas em torno das ilhas. A China implantou drones, bem como os japoneses, que consideraram atacar se fosse necessário.
O presidente Obama e o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, se reunirão em Tóquio para reafirmar a aliança EUA -Japão – já forte em vários setores – incluindo a defesa.
Em 2012 os dois países assinaram uma alteração do Tratado de Cooperação e Segurança Mútua, afirmando que os EUA iriam defender o Japão em caso de um ataque às ilhas Senkaku. O EUA afirmou várias vezes, inclusive no referido Tratado, que prefere uma solução diplomática colaborativa para resolver a disputa. A China desaprova fortemente as atividades japonesas em Yanaguni.
“Devido a razões históricas, qualquer um dos movimentos militares do Japão irá elevar a preocupação entre os países asiáticos. O Japão deve dar uma explicação séria sobre sua real intenção de construir uma estação de radar na região em questão. Esperamos que o lado japonês possa aprender lições de história, aderir ao caminho do desenvolvimento pacífico, ter respeito e levar a sério as preocupações de seus vizinhos asiáticos legítimos. É preciso fazer mais para promover a confiança mútua e guardar a paz e a estabilidade regional”, afirma Hua Chunnying, a porta-voz do Ministério do Exterior da China.
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