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Metano: Um inimigo mais potente que o dióxido de carbono

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À medida que a Agência de Proteção Ambiental prepara uma nova estratégia de redução de metano, os defensores do meio ambiente estão esperando por uma combinação de incentivos industriais e regulamentos para reduzir as emissões de gás de efeito estufa mais potentes que o dióxido de carbono.

“Nós sabemos o suficiente para começar a fazer essas reduções agora”, diz Steve Hamburg, cientista-chefe do Fundo de Defesa Ambiental. Ele acrescenta que, “a origem de onde essas emissões são provenientes também está ficando mais clara”, ao citar uma série de pesquisas recentes que culpa a indústria do petróleo e gás pela maioria das emissões de metano dos EUA.

A política energética da administração de Obama tem desenvolvido planos para mais uso de gás natural e menos dependência do petróleo e carvão. Embora geralmente mais limpo do que outros combustíveis fósseis, o metano é exponencialmente mais eficaz em reter o calor na atmosfera que o dióxido de carbono. Como resultado, o governo disse que vai revelar uma nova estratégia destinada a limitar as emissões de metano.

Embora o governo esteja com a estratégia de redução no setor de petróleo e gás – ao contrário de outras fontes causadoras de metano, como a agricultura – ninguém tem certeza se o processo contará com incentivos ou regulamentos.

“Nós sabemos que, como uma questão prática, os modelos mais eficazes são aqueles em que os regulamentos e incentivos juntos podem conseguir bons resultados”, diz Mark Brownstein, o vice-presidente do FED – Fundo Europeu de Desenvolvimento.

Ele aponta para os novos regulamentos que o Colorado impôs os quais exigem que a indústria de petróleo e gás monitorem constantemente se há vazamentos, a fim de que substituam os equipamentos quebrados e instalem novos dispositivos que possam capturar quase todos os vapores.

“Desde então, o FED contratou um consultor para calcular o custo para a indústria nacional, se forem adotadas medidas federais semelhantes. Eles afirmam que todos os produtores de petróleo e gás reduziriam as emissões em 40 por cento por um custo de toda a indústria de apenas 2,2 bilhões de dólares. Mas, no Colorado, no mínimo, a indústria tem desafiado as estimativas de preços, dizendo que o cumprimento custaria quase o dobro do que os reguladores estaduais sugerem. Estas regras custam mais que todas as medidas de petróleo e gás anteriores combinadas”, explica John Jacus, um advogado que representa o setor.

“As regras não foram propriamente avaliadas pela divisão de seu custo, tanto direto e indireto, e seu custo para implementar”, finaliza John.

O Metano se dissipa relativamente rápido em comparação com o dióxido de carbono, de modo que as medidas variam a sua potência. Em 100 anos, o metano tem um impacto nas alterações climáticas 20 vezes maior que o carbono. Mas, em curto prazo, cerca de duas décadas, o impacto é de 84 vezes maior para o metano do que para o carbono, de acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima.

Recentemente, mais atenção na literatura acadêmica se voltou para o metano à medida que os cientistas tentam reforçar a precisão de seus modelos de mudança climática, os quais preveem o aquecimento global em 4 graus centígrados até o final do século.

“As emissões de metano provenientes da produção de gás natural não estão bem quantificadas e têm o potencial para compensar os benefícios climáticos de gás natural em relação a outros combustíveis fósseis”, declarou uma equipe de pesquisadores na revista Geophysical Research Letters. Em seu estudo, eles descobriram que entre 6 por cento e 12 por cento do gás natural foi lançado para o ar ao longo de um local de produção em Utah.

Em outro estudo, em fevereiro, os cientistas de Stanford disseram que “as estimativas de vazamento têm desafiado os benefícios da mudança do carvão para o gás natural”.

Apesar destas advertências, os cientistas do FED sustentam que “há uma vantagem climática para o uso de combustível”, e que a maior parte do gás natural que é extraído é utilizado para outros fins. Eles acreditam que a tecnologia atual pode reduzir seu dano relativamente barato. “As emissões de poluentes climáticos de curta duração, como o metano, são fundamentais para reduzir a taxa de aquecimento ao longo das próximas décadas”, diz Steve Hamburg.

© 2014, IBTimes

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