A descoberta de quatro aglomerados de galáxias desconhecidas – que estão a mais de 10 bilhões de anos-luz distantes da Terra – tem fornecido uma oportunidade aos pesquisadores para uma quase viagem no tempo. Considerando que a luz da mais distante dessas galáxias teria levado mais de 10 bilhões de anos para chegar a Terra, o fato possibilitou os pesquisadores a entenderem como eram os aglomerados quando o universo tinha apenas três bilhões de anos.
“Embora sejamos capazes de ver as galáxias individuais, até agora os aglomerados mais distantes encontrados por astrônomos datam de quando o universo tinha 4,5 bilhões de anos. Isso equivale a cerca de nove bilhões de anos-luz de distância. Nossa nova abordagem já encontrou um aglomerado bem mais antigo que esse e acreditamos que ela tem potencial para ir mais além”, diz o pesquisador, Dr. David Clements, do Departamento de Física do Imperial College, em Londres.
Usando um novo método, uma equipe internacional de astrônomos usaram dados de dois satélites da Agência Espacial Europeia, Plank e Herschel, para identificar novos aglomerados de galáxias distantes. Os cientistas acreditam que até dois mil novos grupos podem ser identificados usando essa nova abordagem.
Cada aglomerado de galáxias é uma agregação de centenas de milhares de galáxias unidas pela gravidade. Isso os torna entre os objetos de maior massa no universo. As galáxias são classificadas em dois tipos com base no número de estrelas e a quantidade de poeira e gás. As galáxias como a nossa – a Via Láctea – que tem um menor número de estrelas e grandes quantidades de poeira e gás, são chamadas de galáxias espirais, enquanto as galáxias com muitas estrelas e menos poeira e gás são chamadas de galáxias elípticas.
Os aglomerados que estão mais distantes da terra podem ser vistos a partir de distâncias tão grandes porque contêm galáxias em que grandes quantidades de poeira e gás estão sendo convertidas em estrelas. Essa conversão emite luz, que é captada pelo satélite.
“O que nós acreditamos que estamos vendo nesses aglomerados distantes são galáxias elípticas gigantes em processo de formação”, conclui o Dr. Clements.
© 2014, iScience