
O alter ego de Adoniran
Osvado Moles nasceu em 1913, foi um dos maiores nomes do rádio brasileiro. Foi pioneiro também na imprensa escrita, cinema, literatura, publicidade e até no marketing político.
Em tudo que fez colocou um padrão extremamente criativo, mas era no rádio que imprimia uma multiplicidade de personas, todas recheadas do melhor humor, além de passar ao público conteúdos eruditos ou críticas acirradas à política e cultura nacionais.
Já fazendo um retumbante sucesso na Rádio Record de São Paulo, em 1940 conhece Adoniran Barbosa e cria dezenas de programas e personagens que fazem sucesso na voz do sambista “ítalo-caipira-paulistano”.
Nascem da parceria Zé Conversa, Moisés Rabinovic, Jean Ruminet, galã do cinema francês, Richard Morris, professor de inglês, Dom Segundo Sombra, cantor de tango-paródia, Perna Fina, chofer italiano e o Comendador Gigio Magnagati, entre muitos outros.
Tudo isso parece ter desaparecido depois que Osvaldo Moles cometeu suicídio em 1967. Uma bruma interpôs-se sobre este que, para muitos, era uma espécie de novo António Alcântara Machado.
Felizmente agora surge à luz um livro para fazer jus ao legado de Osvaldo Moles: “Recado de uma garoa usada – flagrantes de São Paulo e crônicas sem itinerário”, lançada pela Garoa Livros, Livraria Cultura e organizada por Celso de Campos Jr.
Nele encontramos dezenas de crônicas de Moles, além de um completo perfil biográfico que mostra, em detalhes, cada etapa de sua brilhante e eclética carreira.
Uma obra que vale a pena em cada palavra.
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Carlos Castelo. Escritor, letrista, redator de propaganda e um dos criadores do grupo de humor musical Língua de Trapo. © 2014.