
O brasileiro ama futebol e isso não é segredo para ninguém. Para as crianças ensinamos que elas devem tratar a bola com carinho. Felipão não, ele gosta mesmo e de fazer bullying com a gorduchinha. Não gosta de ter a bola e ela castigou o Brasil nesta Copa.
Na semi final que ficou marcada para a história, o confronto foi de uma seleção com estilo de jogo inexistente contra a seleção do tiki taka da Copa do Mundo 2014. O tiki taka deu para a Espanha o título de Campeã do Mundo no ano de 2010, ainda não deu o título para a Alemanha, porém já proporcionou um espetáculo para aqueles que gostam de bom futebol com a sonora goleada da Alemanha sobre o Brasil por 7 a 1.
Com 82% de eficiência nos mais de 4 mil passes realizados nas seis primeiras partidas do mundial, a Alemanha lidera o ranking como maior passadora do mundial até então. Com mais de 400 passes de vantagem para a Argentina, segundo colocada, é difícil imaginar que os germânicos percam a liderança do ranking na final. Das equipes que realizaram sete jogos neste mundial, o Brasil tem grandes chances de ser o último neste quesito, a Holanda terceira colocada, tem 434 passes a mais que o Brasil. A média brasileira na competição é de 503 passes por jogo contra pouco mais de 575 dos holandeses.
A eficiência brasileira ao passar a bola também deixa a desejar em comparação com as outras 3 equipes que chegaram as semi finais. Alemanha também lidera este quesito com 82%, como já dito anteriormente, Argentina e Holanda empatam com 78% de eficiência dos passes realizados, o time de Felipão atingiu 75%.
A goleada sofrida passou dos limites principalmente no número de gols, mas uma vitória do Brasil seria algo difícil de se esperar. Um time despreparado taticamente, abalado emocionalmente e sem seus principais jogadores deve comemorar a chegada as semi finais. Felipão fez da preparação brasileira um verdadeiro Big Brother. O brasileiro buscava motivos para acreditar que o Brasil chegaria a final, mas se iludiu pela paixão e descobriu isto do pior jeito.
Antes da Copa do Mundo, Parreira afirmou que a CBF era exemplo de administração. Acredito que ele estava falando sobre administrar patrocínio e suas verbas, pois isso a CBF faz bem. A forma como outras federações tratam o futebol está há anos luz da forma como a CBF trata o produto futebol aqui no Brasil. A formação de atleta que é levada a sério em outros países aqui fica exclusivamente a cargo de clubes, que muitas vezes possuem dirigentes despreparados para formarem atletas.
Acreditar que estamos no caminho certo e que o futebol brasileiro não precisa mudar é um erro que Felipão e Parreira insistiram nas coletivas pós vexame. O mínimo que um resultado como este pede é uma profunda reflexão de como as coisas andam por aqui. Não jogamos o melhor futebol do mundo há tempos. Ser humilde e começar a trabalhar é fundamental para não ficarmos ainda mais para trás. Temos o melhor “pé de obra” do mundo e podemos voltar ao topo do futebol, mas mudar é preciso.
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Allan Moran. Pós graduado em gestão e marketing em entidades esportivas. Complementou o mesmo curso na Universidad Europea de Madrid e é sócio da Trivela Sports. © 2014