Redução de sódio na alimentação é uma das formas para se evitar a temidas pedras nos rins.
Quem já teve cálculo renal ou “pedras nos rins”, como é popularmente conhecida, lembra bem a sensação de desespero ao sentir a dor na região lombar das costas. Pois bem, este tipo de problema renal pode ser evitado.

Foto: Commons Wikimedia
Cálculo renal é uma nomenclatura imprecisa. Melhor seria chamá-lo de cálculo das vias urinárias porque pode acometer qualquer ponto do aparelho urinário, constituído pelos rins, ureteres, bexiga urinária e uretra. O cálculo renal ou pedra nos rins é uma massa dura desenvolvida a partir de cristais que se separaram da urina dentro do trato urinário. Se os cristais permanecerem pequenos o suficiente, eles podem viajar através do trato urinário e sair do corpo na urina sem serem notados.
O jovem João Henrique Barbosa da Silva, de 25 anos teve sua primeira crise renal aos 22 anos: “estava na faculdade, sentia vontade de urinar, mas minhas costas doíam muito. Em menos de 2 horas a dor piorou e fui ao hospital, quase não conseguia andar”, relata o jovem que por conseguiu eliminar a pedra pela urina.
Segundo Dr. Hercilio Alexandre da Luz, presidente da Fundação Pró-Rim, referência no tratamento de doenças renais e transplantes, a dor do cálculo renal é muito forte, aguda, inesquecível mesmo. Principalmente quando o cálculo se localiza entre o rim e a bexiga, o que causa a cólica renal. “Quanto maior o cálculo mais difícil vencer esse barreia, porém quando o cálculo é pequeno também provocam uma dor insuportável se estiverem mal posicionados”, destaca o especialista.
Existem alguns sintomas que podem ocorrer associados ao cálculo renal, como vômitos, febre, dor para urinar, sangue na urina, mas o sintoma clássico é mesmo dor aguda, forte e intensa que muitas mulheres comparam à dor de parto. Entre as dores que podem ocorrer nas costas e no abdômen, talvez seja mesmo a dor de maior intensidade.
De acordo com o médico, “frequentemente as pedras nos rins são encontradas no raio-X ou ultrassom de pessoas que se queixaram de sangue na urina ou dor súbita. Esse diagnóstico por imagem dá a informação sobre o tamanho da pedra e sua localização”, explica. Testes de sangue e urina ajudam a detectar qualquer substância anormal que poderia promover a formação de cálculo renal. Também pode-se utilizar tomografia computadorizada ou pielograma intravenoso, os quais ajudam a determinar o tratamento apropriado.
Uma das medidas mais eficazes para evitar a formação de cálculos é a maior ingestão de água, no mínimo 2 litros de água por dia, principalmente no verão para evitar problemas nos rins.
Redução de sódio na alimentação para evitar o cálculo
De acordo com a nutricionista Fabiana Baggio Nerbass, da Fundação Pró-Rim, o consumo excessivo de sódio pode ser um dos fatores a ajudar a desenvolver cálculo renal, pois favorece o aumento da excreção de cálcio na urina. Para reduzir a quantidade de sódio “Se deve diminuir a quantidade de sal adicionada às preparações e diminuir o consumo de alimentos processados ricos em sódio como embutidos, temperos a base de sódio (caldos prontos, molho shoyo), sopas de pacote, macarrão instantâneo, etc”, explica a nutricionista.
No passado, a restrição na ingestão de cálcio era uma medida comum utilizada para prevenir a recorrência de cálculo renal ou nefrolitíase. Entretanto, em um grande estudo prospectivo realizado em homens sadios com o objetivo de avaliar a relação entre ingestão de cálcio e risco de incidência de cálculos renais observou-se que ao contrario do que se esperava, quanto maior a ingestão de cálcio menor era o risco de incidência de cálculo renal. “Sendo assim, atualmente recomenda-se que os pacientes com cálculo renal não restrinjam o cálcio da dieta, mantendo uma ingestão em torno de 1000 mg/dia. Para alcançar tal recomendação devem ser ingeridas aproximadamente 4 porções de leite ou derivados ao dia”, recomenda a nutricionista.