Qual folião nunca se automedicou depois de sentir aquela dor de cabeça pulsante ou um enjoo durante ou depois da festa de carnaval? Tomar medicamentos por conta própria nesta situação é comum, mas é preciso cuidados redobrados para evitar os efeitos adversos da medicação, conforme alerta o clínico médico, Carlos Sperandio.
“A maioria dos quadros de dor de cabeça é benigna e pode ser tratada com analgésicos simples”. No entanto, lembra o especialista, dores mais importantes, associadas a outros sintomas como febre, por exemplo, ou aquelas que não melhoram com a medicação habitual, devem ser sempre analisadas por um médico.
PERIGOS DA AUTOMEDICAÇÃO
Doses altas de paracetamol, analgésico comum e amplamente utilizado em casos de dor de cabeça, podem ser muito tóxicas para o fígado, por exemplo. Anti-inflamatórios, por sua vez, podem gerar gastrite, hemorragias e até insuficiência renal nos pacientes idosos. “Portanto, as medicações de venda livre podem ser consumidas, mas sempre com orientação do médico ou do farmacêutico, para que não haja problemas de dosagem, reações colaterais e interações”, lembra o médico.
QUANDO IR AO MÉDICO?
Dor de cabeça acompanhada por febre, convulsões, formigamento de braços ou pernas, perda de força, constatação de que os analgésicos simples não fazem efeito ou aquela sensação de dor de cabeça insuportável, são sinais claros de que um médico deve ser procurado.
EFEITOS COLATERAIS
As doses das diferentes medicações variam para cada caso, sendo sempre importante o paciente seguir as orientações da bula, que podem ser substituídas e até alteradas quando houver supervisão de um profissional médico.
Os pacientes idosos (acima de 60 anos) têm mais chances de serem atingidos por complicações com determinados tipos de medicação. Em alguns casos, a alta dose de medicações consideradas de uso comum, como o ácido acetilsalicílico, utilizado frequentemente como anti-inflamatório e analgésico, pode resultar em hemorragias digestivas, insuficiência dos rins, piora da função cardíaca e até diarreia por inflamação do intestino.
DICAS PARA O FOLIÃO
Sperandio orienta que o folião não deve sair da rotina. “Quem vai pular o carnaval deve continuar com os bons hábitos alimentares e de higiene”. O especialista explica que a pessoa deve realizar refeições a cada três horas, dormir durante o mesmo período de tempo de costume, evitar o excesso de bebidas alcoólicas, jamais beber e dirigir, além de hidratar-se bem em ambientes mais quentes. A alimentação deve ser regrada, evitando comidas muito gordurosas e com manipulação duvidosa.