
Agora o The São Paulo Times conta com uma coluna dedicada à poesias chamada “Poética Urbana”.
Ela será publicada toda sexta-feira. Para colaborar envie sua poesia para poesias@saopaulotimes.com.br.
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(Nayara Fernandes)
Eu cato
Gota de palavra
Bebo – embriago-me
E molho a garganta
Encharcando-me o peito
Que pulsa – espanca
Trazendo a sobriedade da vida à torna
Que versa ainda doída
Porque dor é sina
– pensador se refaz da cinza.
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(Nayara Fernandes)
ceda
seda pura
ceda ao apuro
do tempo
e dance com o vento
balance o vestido da vida
e se deixe fluir com
delicadeza.
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(Nayara Fernandes)
Rumo a nada eu vou.
Nado em rumo ao voo.
Resumo:
Há felicidade em qualquer volta.
Ainda que torta,
Do teu lado caminha.
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(Nayara Fernandes)
Toda madrugada
será moça sob
carapuça velha da noite:
Poesia sabe pureza
dos seus olhos verso
– luz das estrelas que inspiram as rimas.
Rir o vento cantando
a melodia do silêncio.
Nayara Fernandes, jovem poetisa, natural de Teresina. Estudante, publica em “Onde Cantam os Pássaros”. Planeja ser jornalista e publicar seu primeiro livro.
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Sexto Sentido
(Flávio Gimenez)
Um dia, fora do espaço e do tempo
caminhei obscuro atrás do mundo
Nesse dia, me perdi nas horas
Não havia faróis que me guiassem
Nesse dia, sem eira nem beira
Nada fazia nem senso e sentido
Eu absorto na paragem
Meus pés caminhavam sozinhos
Hoje revejo na areia mexida
O que poderia ter sido ao vento
Nada que eu sabia acontecera
Nem pouco do que fiz havia sido
Meus pés hoje nao me faltam
Já não trilham tristes caminhos
Penso que já fiz de tudo
Surpreso com meus textos
Sentidos…
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(Flávio Gimenez)
Não fui à Missa, querida
Endominguei. Não andei
De bicicleta. Não fui ao clássico
Nem saí de mim mesmo
Estou assim meio enxuto
Se a bola vier de viés
Eu chuto
Se der na veneta
Dou cabo do medo
e fim.
Flávio Gimenez, médico e poeta, atua em São Paulo.
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Poética Urbana. © 2014.