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Poesias para sexta-feira

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poetica

Agora o The São Paulo Times conta com uma coluna dedicada à poesias chamada “Poética Urbana”.
Ela será publicada toda sexta-feira. Para colaborar envie sua poesia para poesias@thesptimes.com.br.

marcelo2tsptimes (1)

Não te importes
(Marcelo Leandro Ribeiro)

E se teu nome não recordo,
Não te importes,
Não me esqueço dos teus olhos

E se teu nome eu troque
Não te importes,
a desejo em meus abraços
se te confundo entre estrelas
ou a busco entre os grão de areia
não te importes,
ao amor não se dá nomes

Entre mares, estrelas,
Entre carnes se querem
O cheiro da pele, a alma
Que pede pelo teu toque
Não te importes

És mais que um momento
Que um cheiro, um toque
És meu desejo, quem amo
Seja qual for o teu nome

 

O mendigo da Paulista
(Marcelo Leandro Ribeiro)

De barba, o cabelo obtuso
Dentes ausentes na boca vadia
Seus olhos miram o oceano
Que só as mentes vazias são
Capazes de ver
entre carros e delírios
na avenida que o abriga

Indigente como quem da cidade
Se torna fidedigna cria, indiferente
Como o passar dos que se cruzam
Com sua face que exala a azia manhã
Daqueles que dormem no mundo

Doma-te vida que na roda viva
O engodo é o senhor dos dias
O nada ter se equilibra em ser
Dono de tudo que lhe queira
E onde queira estar suas mãos
No abstrato sentido da sua alegria

No chão dejeto da própria existência
Se torna sorriso quando um estranho
O cumprimenta, um simples bom dia
Que faz mudar seu tudo absoluto
Em sentido da vida


Marcelo Leandro Ribeiro
é escritor, poeta e letrista. Engenheiro nas horas vagas e palestrante nas noites pagas.

Adriane Garcia

Adriane Garcia

Folhas de papel
(Adriane Garcia)

Busco um silêncio de pedra
De musgo
De peixe
Mas tenho muitas dentro
E elas
Cada uma delas possui
Folhas de papel

E escrevem poemas
E nunca estão satisfeitas
E amassam as folhas
E embolam

E é um barulho
Ensurdecedor.

 

Solo
(Adriane Garcia)

Não sendo mais criança
Sofre-se sem direito
A consolo
Ser adulto é
Ganhar uma estrada
E engolir o choro
Na companhia da poeira.


Flagrantes
(Adriane Garcia)

Não ajo como se
Procurasse
Não gosto de me dar a
Flagrantes
(De carência)
Dentro
Ai, que inferno!
Uma fogueira
Uma estrela
Uma lanterna.


E fica no quarto
(Adriane Garcia)

Sei pouco e sei tudo
Sei que quando aparece
É o Sol
Nada me importa
Além de sua luz
Primeira
A que me acorda
Nada além de sua
Luz última
A que me compõe
Para dormir.


Adriane Garcia natural de Belo Horizonte (MG), onde vive e trabalha como funcionária pública. Cursou História na UFMG e se especializou em Arte-Educação pela UEMG. Escreve poesia, contos e dramaturgia. Fábulas para adulto perder o sono é o seu primeiro livro publicado.

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