
Agora o The São Paulo Times conta com uma coluna dedicada a poesias chamada “Poética Urbana”.
Ela será publicada toda sexta-feira. Para colaborar envie sua poesia para poesias@saopaulotimes.com.br.
(Roseli Arrudha)
Traga-me um pouco de serenidade
essa desinteressada
canção que vem de dentro
chamada cumplicidade.
E olha que nem peço amor
ou promessas de eternidade
venha apenas com tua bruma
espiritualizada
com desejos de sonhos e nirvanas
em teu coração
e mais nada!
Vê que nem peço quimeras
ou loucuras fatais
mas a leveza da tua alma
esse pássaro tão puro
quando abre lindas asas
isentas de traição.
Meu amor
eu te juro
seremos sem passado
e nem futuro
apenas auras iguais!
Nesse mundo transitório
a engolir homens e coisas
sem motivo, sem razão
nós levaremos os nossos
anjos tortos
momento a momento
não às guerras diárias
e banais
ou a destinos mortos
mas a um céu amplo
livre de castigos, ruinas
e da inutilidade da solidão.
—-
(Roseli Arrudha)
Ai como dói ver o Rio Doce morrer assim
como dói ver as pessoas que sobreviveram
sem as suas casas, sem documentos, sem água
desprovidas de esperanças
cheias de pavor
caminhando a esmo
perdidas, abandonadas
homens, mulheres chorando
crianças assustadas.
Peixes, tartarugas,
fauna, flora , bichos
cruelmente assassinados
mergulhados numa furiosa
correnteza de detritos
como se fossem apenas
coisas sem importância
descartáveis, lixos.
—-
(Roseli Arrudha)
O conhecimento é o poder em nossas próprias mãos.
Responsabilidade é ser senhor absoluto de si mesmo.
Disciplina é uma vontade séria, firme e perseverante em querer, examinar bem o que se quer e realizar, aconteça o que acontecer.
—-
(Roseli Arrudha)
Nunca é triste o poente
triste é uma vida inteira
não vivida
triste é o peso de um sonho
eternamente adiado
arrenbentando todos os dias
as paredes do coração da gente.
—-
(Roseli Arrudha)
Entre o meu olhar
e as coisas da vida
ergue-se uma felicidade
definitiva:
a beleza de tudo
que existe.
—-
(Roseli Arrudha)
E esse instante
é sempre
o tempo mais vasto.
—
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Poética Urbana. © 2014.