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Poliomelite: a doença que ainda devemos nos proteger

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Foto: Reprodução

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Declaração mundial de emergência da OMS alerta para o perigo da circulação do vírus. Vacinação é a única forma de prevenção.

Ao contrário do que muita gente pensa, a poliomielite não está erradicada globalmente e pode sim retornar ao Brasil.  Com a Copa do Mundo e após a detecção de casos em mais de dez países, um decreto de emergência sanitária mundial emitido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta para o risco de contágio pelo vírus causador da doença. Segundo a entidade, o aumento das viagens internacionais aumenta as chances da poliomielite chegar a regiões que não são mais afetadas.

A pólio foi considerada uma doença epidêmica no final do século XIX, mas, depois do desenvolvimento de vacinas eficazes na década de 1960 e de inúmeros esforços para aumentar a cobertura vacinal no mundo, vários países conseguiram erradicar a doença e foram decretados livres de poliomielite pela OMS. Apesar de todas as ações para erradicar a doença, algumas regiões ainda demonstram a circulação do vírus, como Paquistão, Afeganistão e Nigéria, chegando a 417 casos em 2013 e 79 até abril de 2014, segundo a OMS.

Com infecção causada por um vírus transmitido por meio de contato direto de pessoa a pessoa – muco, catarro ou fezes infectadas -, a forma mais eficaz de prevenção da doença continua sendo a vacinação. O Brasil conta com um esquema vacinal dividido em cinco doses (2, 4, 6 e 18 meses e 4 anos), sendo as duas primeiras IPV (vacina de vírus inativado, ou seja, mortos) e as últimas OPV (vacina de vírus vivo atenuado, ou seja, enfraquecido), e tem atingido uma alta taxa de cobertura, com mais 12 milhões de crianças vacinadas em 2013.

Mas, se quase todas as crianças brasileiras estão protegidas, por que tanta preocupação com a poliomielite?

Segunda a Dra. Luiza Helena Falleiros Arlant, Presidente da Sociedade Latino-Americana de Infectologia Pediátrica, os adultos que não foram vacinados contra pólio ou que não desenvolveram anticorpos suficientes, têm chance de contrair a doença se tiverem contato com alguém infectado. Hoje não há casos de poliomielite no Brasil, mas, a vinda de estrangeiros pode trazer na bagagem os vírus dessa e de inúmeras outras doenças.

A boa notícia é que, além das crianças, jovens e adultos também podem tomar a dose de reforço da vacina, evitando o contágio e o desenvolvimento da doença. No Brasil, a Sanofi Pasteur, a divisão de vacinas da Sanofi, oferece reforço da imunidade contra a poliomielite para adolescentes e adultos. Com apenas uma dose, a vacina oferece o reforço contra coqueluche, tétano, difteria e poliomielite, e está disponível em clínicas de vacinação privadas, de todas as cidades do Brasil.

“Este é um momento diferente para o povo brasileiro, pois nunca tivemos tantos turistas juntos no País. O ideal é que todas as pessoas sempre mantenham sua carteira de vacinação em dia, mas, agora, é importante que jovens e adultos consultem os postos de vacinação para checar quais vacinas precisam de doses de reforço. Esse é um ato de proteção para si e para todos a sua volta”, comenta a infectologista.

A poliomielite

A poliomielite é uma doença causada por um vírus. De gravidade extremamente variável, frequentemente é caracterizada por febre, mal-estar, cefaleia, distúrbios gastrointestinais e rigidez de nuca, acompanhados ou não de paralisia.

A poliomielite é encontrada nas formas subclínica e clínica. As pessoas com infecção subclínica podem não apresentar sintomas da doença ou seus sintomas podem durar até 72 horas. Já a poliomielite clínica, que apresenta as formas mais perigosas da enfermidade, afeta o sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal) e pode ocorrer após a recuperação de uma infecção.

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