Americanistas são vinculados a importantes universidades e centros de pesquisa.
A dinâmica das relações externas entre Estados Unidos e demais países do globo, em grande medida, é estabelecida a partir de disputas políticas e econômicas travadas internamente. A partir dessa constatação, o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Estudos sobre os Estados Unidos (INCT-IMEU) criou o Observatório Político dos EUA (OPEU). Oprojeto destina-se a acompanhar, de forma sistemática, repercussões de temas nas áreas de Economia, Segurança, Política e Energia.
Coordenador de pesquisa do OPEU e professor de Relações Internacionais da PUC-SP, Geraldo Zahran destaca que o Observatório não tem a pretensão de concorrer com a mídia jornalística, mas elaborar análises para subsidiar a compreensão da política externa comandada pelos EUA. “Para uma boa negociação com os EUA, é preciso compreender os interesses que regem a agenda naquele país”.
Composto por dez pesquisadores, o grupo vem acompanhando temas como o escândalo de espionagem revelado por Edward Snowden, o plano de saúde ou Obamacare, anexação da Crimeia pela Rússia, subsídios econômicos, entre outros.
Um desses assuntos é relativo à disputa pelo mercado internacional de algodão. Segundo o OPEU, o governo brasileiro decidiu, no dia 19 de fevereiro de 2014, levar novamente a questão para ser arbitrada pela Organização Mundial do Comércio (OMC). O recurso, conta Zahran, objetiva avaliar se a lei agrícola dos EUA cumpre recomendação da OMC, que condenou os subsídios daquele país a produtores de algodão.
Caso a OMC conclua que a lei agrícola não ajustou os programas, o Brasil será novamente autorizado a retaliar. “Há uma disputa interna entre o Congresso dos EUA e o Departamento Agrícola. Este reivindica aumento no orçamento. Então o Brasil virou moeda de barganha entre os político dos EUA”, comenta Zahran.