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Qualificação dos cirurgiões e técnicas menos invasivas possibilitam procedimentos bariátricos mais seguros

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Foto: Reprodução

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A obesidade tem aumentado de forma contínua no Brasil. Segundo estudo divulgado na Revista inglesa The Lancet, o Brasil tem mais da metade da população acima do peso ou obesa, sendo 58% das mulheres e 52% dos homens. Nesse cenário é crescente a procura pela cirurgia bariátrica, popularmente conhecida como redução de estômago, indicada para casos de obesidade mórbida e controle de doenças associadas como diabetes, hipertensão, dislipidemia, apneia do sono, doenças ortopédicas severas entre outras.

Com um grande poder de repercussão a classe artística também vem contribuindo para difundir a cirurgia no país, já que muitas figuras notórias optaram pela realização da cirurgia bariátrica, embora alguns não revelem publicamente. “A cirurgia não é indicada como tratamento estético e sim para melhora de doenças associadas e qualidade de vida. Deve ser recomendada para pessoas com obesidade mórbida, o que pressupõe ter pelo menos 40 quilos de excesso de peso, ou doenças graves relacionadas ao excesso de peso. Os resultados de melhora do Diabetes Tipo 2 são notórios”, explica o Dr. Almino Ramos, Presidente da SBCBM – Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica.

A qualificação dos cirurgiões, às técnicas menos invasivas utilizadas atualmente por laparoscopia e endoscopia, possibilitaram procedimentos mais seguros e eficientes, mas vale ressaltar que para diminuição de riscos e êxito do procedimento um dos principais fatores é a preparação do paciente para a cirurgia em ambiente multidisciplinar.

“A evolução dos materiais e equipamentos utilizados nas cirurgias tornou os procedimentos menos invasivos, mais rápidos, seguros e com tempo menor de recuperação, mas tudo isso pode ser prejudicado se o paciente não tiver uma preparação clínica adequada para a cirurgia. É fundamental fazer uma análise rigorosa das condições de saúde do paciente, qualificação do cirurgião, estrutura hospitalar, técnica utilizada, além do acompanhamento multidisciplinar”, comenta Dr. Almino.

Vale destacar que a primeira forma de tratamento da obesidade deve ser sempre por meios clínicos com dietas, atividade física reeducação alimentar e medicamentos. Se essas etapas falharem, ai sim a cirurgia pode ser indicada.

Dicas para uma boa preparação (pré-operatório)

• É imprescindível saber se o cirurgião está habilitado para fazer este tipo de cirurgia, verificando se ele é membro da SBCBM. A consulta pode ser feita pelo site (www.sbcbm.org.br).
• Saber se ele atua com equipe multidisciplinar que auxiliará no preparo e orientações pré-cirurgia e também por todo o acompanhamento pós-cirurgia.
• Também é importante saber qual a técnica que será utilizada na cirurgia. Ela deve constar na resolução CFM n° 1942/2010, que regulamenta a cirurgia bariátrica no Brasil.
• Se possível, visite o local (hospital ou clínica) onde será realizada a cirurgia.
• Realizar todo o protocolo de exames pré-operatórios.
• É recomendado que o paciente emagreça cerca de 5% a 10% de seu peso antes da cirurgia para melhorar sua condição clínica. Isso aumenta a segurança na operação.
• O paciente deve passar por consulta pré-anestésica para o médico rever os exames e a avaliação clínica já feita. Essa consulta tem a finalidade de prevenir quaisquer problemas durante a cirurgia.

Cirurgia Bariátrica no Brasil

A SBCBM segue as diretrizes que foram estabelecidas em reunião conjunta com Ministério da Saúde e Conselho Federal de Medicina, que gerou a Resolução CFM n° 1766, de 13 de maio de 2005, atualizada posteriormente para resolução CFM n° 1942, de 12 de fevereiro de 2010. Nela estão definidas as indicações para a cirurgia bariátrica, como deve ser montada a equipe multidisciplinar que fará o acompanhamento de cada paciente, os tipos de cirurgias autorizadas no Brasil, além de outras diretrizes legais.
De acordo com as orientações da resolução a cirurgia é liberada apenas para pacientes com IMC igual ou maior que 40 e pode ser realizada em casos de IMC entre 35 e 40, desde que o paciente tenha comorbidades como, por exemplo, o diabetes. O IMC é calculado a partir da divisão do peso pela altura ao quadrado.

A cirurgia bariátrica vem crescendo expressivamente no Brasil, que já é o segundo país com mais cirurgias realizadas, com cerca de 80 mil procedimentos por ano, atrás apenas dos Estados Unidos que realizam cerca de 140 mil cirurgias anualmente. Do número total de cirurgias feitas no Brasil estima-se que 10% são feitas pelo SUS. O número de procedimentos cresceu 90% nos últimos cinco anos e 300% em dez anos.

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