O oligarca ucraniano Dmytro Firtash, um dos homens mais ricos de seu país, foi preso em Viena, na Áustria, sob a acusação de suborno e outros crimes, informou a Associated Press. Bloomberg. Ele também enfrenta acusações de formação de uma organização criminosa. “A prisão ocorreu sem incidentes”, diz o Ministério do Interior austríaco , em um comunicado.
A Reuters informou que Dmytro foi detido após um pedido das autoridades dos EUA, citando funcionários do governo austríaco. Ele estava sob investigação desde 2006. A Associated Press observou que o austríaco está com o processo de extradição pendente.
“Com base em anos de investigações do FBI dos EUA e um mandado de prisão emitido por um tribunal distrital federal dos EUA, o Ministério Público de Viena emitiu um mandado nacional para deter o empresário”, diz a agência de Crime Federal da Áustria.
Dmytro tem 48 anos de idade e mantém laços estreitos com a Rússia, bem como interesses em uma variedade de indústrias, incluindo a de gás, produtos químicos, meios de comunicação e bancos.
Firtash é um co-proprietário da RosUkrEnergo AG, que já foi a única importadora de gás natural russo da Ucrânia. Ele controla ativos de teses por meio de uma empresa que ele co-fundou chamada Grupo DF, que tem 100 mil funcionários na Ucrânia.
O Grupo DF recentemente declarou em seu site que a comunidade empresarial da Ucrânia deve se engajar em conversas na Rússia para resolver a disputa das duas nações sobre a região da Crimaia, local onde as forças militares russas ocupam no momento.
O jornal Kyiv Post da Ucrânia informou que, ao citar fontes policiais austríacas, a prisão não tinha conexão com a agitação política atual da Ucrânia. O Ministério do Interior da Ucrânia não emitiu qualquer mandado de prisão de Firtash, informou a Interfax-Ukraine. Dmytro tem um patrimônio estimado de 2,3 bilhões de dólares.
O jornal também observou que o nome de Dmytro tinha destaque no Wikileaks, no qual divulgou telegramas diplomáticos secretos e comunicações do Departamento de Estado dos EUA, em 2010.
De acordo com telegramas vazados, em dezembro de 2008 entre o então embaixador dos EUA na Ucrânia, William Taylor, escreveu que Dmytro “precisou de permissão” do chefão do crime russo, Semyon Mogilevich, para realizar negócios na Ucrânia durante os anos 1990. Dmytro, por sua vez, negou ter feito tais comentários. Mogilevich agora é um fugitivo e acredita-se que ele esteja escondido em Moscou.
No entanto, a Reuters observou que Dmytro não foi citado em uma lista inicial compilada pela União Europeia dos ucranianos que eram suspeitos de abusar fundos estatais e violação de direitos humanos, levando a um congelamento de seus ativos.
Em uma nota lateral bizarra, o ucraninao também tem ligações com a Universidade de Cambridge, para a qual fez doações generosas.
De acordo com a própria Universidade, o departamento de Estudos Ucranianos de Cambridge foi introduzido em 2008 com o apoio financeiro do Dmytro, com o “benefício adicional” feito em 2010 para estabelecer permanentemente dois postos acadêmicos principais: um professor de Estudos ucranianos e outro de língua ucraniana. O empresário ucraniano também ajudou a estabelecer o um programa que financia cinco estudantes ucranianos em um ano de mestrado em Cambridge.
“Este presente garantiu que Cambridge seja um lar vibrante para o estudo da Ucrânia em relação as gerações que virão”, diz o professor Simon Franklin, chefe da Escola de Artes e Humanidades na Universidade de Cambridge. “O senhor Dmytro abriu novas possibilidades de ensino e pesquisa na Universidade de Cambridge”.
No próprio site de Dmytro, ele declara ser o primeiro ucraniano a aderir à Aliança de Benfeitores da Universidade de Cambridge por suas “contribuições relevantes para a investigação e desenvolvimento cultural da Universidade”.
A cerimônia convite foi organizada pelo duque de Edimburgo (príncipe Phillip, esposo da rainha Elizabeth).
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