A realidade aumentada pode salvar postos de trabalho, tornando o ser humano mais eficiente.
A Amazon anunciou recentemente que conta com três de seus centros de distribuição compostos por robôs. À medida que chegam as encomendas on-line, dezenas de andróides de cano alto correm pelo chão da empresa como abelhas em uma colmeia, realizando tarefas antes executadas por funcionários, como embalar produtos, colocá-los nas prateleiras e embalá-los em caixas para a entrega.
E quanto aos funcionários? “Certamente vamos adicionar associados ao longo do tempo”, diz o diretor financeiro, Tom Szkutak. Mas com robôs “haverá mais produtividade”.
Analistas estimaram que o sistema – chamado Kiva – poderia poupar a Amazon até 900 milhões de dólares, na maior parte dos custos do trabalho: o que reflete em descontos para os consumidores.
Mas o que pode tornar as pessoas mais eficientes como os robôs são? Programadores estão desenvolvendo uma nova tecnologia chamada “realidade aumentada” – augmented reality (AR), em inglês – que combina informações digitais com o mundo real.
É fácil imaginar o quão útil este tipo de tecnologia pode ser em um armazém. Quase todas as empresas baseadas em produtos tem um lugar para estocar as mercadoria; outras possuem depósitos enormes de muitos metros quadrados..
Em um mundo AR, todas as informações que nós precisaríamos seriam transmitidas diretamente para o campo de visão. Uma empresa chamada Augmate está projetando um software de óculos especializados para fazer exatamente isso.
“São pessoas que precisam de suas mãos para fazer o seu trabalho”, declara o cofundador da Augmate, Drew Austin. Os óculos digitais podem projetar instruções do Google Maps diretamente sobre o piso do armazém e localizar até migalhas de pão. Uma câmera montada sobre o quadro pode escanear o código de barras do item para garantir a precisão.
Já existem evidências de um estudo da Universidade de Columbia que óculos de realidade aumentada podem economizar tempo e energia dos trabalhadores de manutenção.
No início deste ano, a Marinha norte-americana investiu em tecnologia de óculos ARpara acelerar o treinamento. A Augmate, por sua vez, diz que está trabalhando em protótipos com um varejista, uma montadora e uma empresa farmacêutica , “as maiores empresas nesses setores”, e planeja lançar programas-piloto no final deste ano . “Não vai ser rápida a evolução desta tecnologia”, explica Drew Austin. “Na minha cabeça, isso é dar aos trabalhadores uma chance de lutar”.
© 2014, Newsweek