
Relaxe. Nada está sob controle.
A primeira reação quando digo a frase do título é, normalmente, o riso. Riso leve, como se ela fosse, de fato, brincadeira. Em seguida, vem uma outra camada de reação. Assim que a pessoa percebe que não é brincadeira; e estou, de fato; falando sério. É uma postura de vida realmente.
O que normalmente leva ao segundo riso, ou sorriso, que é aquele um tanto “nervoso”. Reflete o desconforto de muitos ao pensar na frase de verdade. Depois, seguem-se reações variadas, a maior parte tentando “escapar” ou “apontar as exceções” (que somente confirmam a regra) ao inevitável e óbvio sentido de que “não importa o que se faça, a vida não está, não esteve e jamais estará sob controle de ser humano algum”.
Ainda assim, e imensamente importante; é preciso, de fato, saber o que se quer fazer da vida, escolher com consciência e buscar; fazer; realizar. Mas se nada está sob controle, que diferença faz ? Toda. Porque ao contrário do que costumam dizer; a intenção é tudo.
Nesse exercício do debate que se segue, no qual o interlocutor às vezes se move inconformado (e quanto mais apegado ao controle, mais violentamente move as mãos e balança a cabeça) uma das frases mais curiosas que escutei foi, certa vez:
– “Eu gostaria muito de conseguir fazer isso. Mas se eu não sentir que estou controlando a minha vida, parece que vou morrer”…
– Bem, na verdade, você vai. Todos vamos. Com ou sem ilusão de controle, não faz nenhuma diferença…. o que pode fazer diferença mesmo é que sem a ilusão de controle, você pode viver melhor, de modo mais saudável e preocupar-se menos com o fato de que todos morreremos, e mais com a qualidade das suas experiências e aprendizado enquanto está aqui…
Sabe… no dia em que houve aquele acidente, ninguém ali estava “controlando”, ou deixando de controlar. Ninguém estava de fato gerenciando cada micro-aspecto “para evitar” um acidente. Ninguém vive assim. Os fatores, múltiplos, microscópicos, e imensamente relevantes, ainda que aparentemente ínfimos… quem foi; quem ficou. Quem subiu, quem desistiu. Quem se atrasou; quem chegou antes. O que mudou, o que ficou igual.
Sim. Eu creio: tudo nesta vida é “desenhado”. Não vemos porque somos pequenos, e olhamos aqui de baixo. Lá de cima, lá do alto, as grandes linhas são desenhos que a gente não entende porque; realmente, sã muito grandes.
Relaxe; nada está sob controle.
E tudo que conta… é, sim a intenção que move seus atos.
Gratidão.
__________________________________________________________________________________________________________
Paulo Ferreira é Diretor de Comunicação da ONG internacional New Earth Nation; Conselheiro e Representante do Nikola Tesla Institute em SP e autor do livro O Mensageiro – O Despertar para um Novo Mundo. © 2014.