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As 10 dúvidas mais comuns sobre tratamentos de reprodução humana

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Mesmo com tantos avanços e mais de 30 anos de prática das técnicas de reprodução humana, ainda existe desinformação e alguns mitos sobre os tratamentos para infertilidade. Essa situação é vista todos os dias durante as consultas realizadas pelos médicos especialistas na área. Por esse motivo, a Dra. Fernanda Rodrigues, médica do Grupo Huntington, esclarece as 10 principais dúvidas dos pacientes:

in vitro

1 – A gravidez sempre acontece com o tratamento de fertilização in vitro?
Não. A cada tentativa de fertilização in vitro, o casal tem, em média, 40% a 60% de chances para conseguir engravidar. Com o aperfeiçoamento de medicamentos para estímulo da ovulação, meio de cultivo de embriões e preparo seminal, as taxas de sucesso podem aumentar. “Outro fator importante para a gravidez é o endométrio, tecido em que o embrião se fixa para se desenvolver. No entanto, as novidades científicas que ajudam a desmistificar o funcionamento deste tecido ainda são poucas. Acreditamos que assim que tivermos mais descobertas sobre isso, a chances de gravidez se tornarão maiores”, lembra a médica.

2 – O tratamento de Fertilização in vitro engorda? 
O ganho de peso decorrente dos tratamentos para engravidar se deve à retenção de líquido causada pelos hormônios utilizados na estimulação ovariana. “A paciente poderá ter o peso elevado em, no máximo, 2 kg ao longo de todo o processo. Quando se interrompe o uso desses medicamentos hormonais, os quilos a mais costumam ser eliminados através da urina”, tranquiliza. Também é importante lembrar que muitas pacientes acabam ficando mais ansiosas durante o tratamento e por isso comem mais e, neste caso, podem engordar.

3 – Os tratamentos de fertilidade podem causar câncer?
“Um estudo publicado na revista Gynecol Endocrinol, em 2012, analisou mais de 2,4 mil pacientes inférteis submetidas a tratamentos de fertilidade. O médico Dr. Liat Lerner-Geva, que conduziu a pesquisa, notou que, mesmo após 30 anos do tratamento, os casos de câncer do endométrio, ovário e mama ocorridos no grupo estudado foram iguais ao número da doença esperado para essa faixa etária”, explica a Dra. Fernanda.

4 – Todo casal que recorre à fertilização in vitro tem gêmeos?
Não. “As gestações gemelares ocorrem apenas em cerca de 20% das pacientes que são submetidas à inseminação intrauterina e à fertilização in vitro”, aponta. Quando são transferidos para o útero mais de dois embriões, por exemplo, essa taxa pode aumentar.

5 – Manter relações sexuais durante o tratamento pode aumentar as chances de gravidez?
Não, manter relações sexuais durante o tratamento não interfere nas taxas de sucesso dos tratamentos de fertilização in vitro “Durante a estimulação ovariana usamos alguns medicamentos que bloqueiam a ovulação espontânea antes do tempo ideal para coleta de óvulos. Além disso, no caso da fertilização in vitro, os óvulos são retirados”, esclarece.

6 – A fertilização in vitro pode levar ao surgimento de alterações genéticas no bebê?
Não. O risco de ter um bebe com problemas genéticos é o mesmo se casal tivesse engravidado espontaneamente. Esse risco aumenta com a idade de mulher, sobretudo acima dos 40 anos.

7 – Quando está indicado realizar o estudo genético do embrião?
“Podemos realizar o diagnóstico genético pré implantacional principalmente quando existe um histórico familiar de alguma doença genética ou em casos de múltiplas falhas de tratamento de fertilização in vitro” explica. Para realizar esse teste, é preciso retirar algumas células do embrião através de uma biópsia. Esse material é analisado em laboratório, atualmente através da técnica de CGH (Comparative Genomic Hybridization). “Essa técnica verifica a integridade de todos os cromossomos do embrião. Dessa forma é possível selecionar os embriões geneticamente normais para que possam ser transferidos para o útero”, diz a médica.

8 – A biópsia embrionária fará a criança nascer sem partes do corpo?
“Não. Durante a biópsia embrionária é retirado apenas algumas células do trofectoderma, que é a parte mais periférica do embrião, no 5º dia de desenvolvimento, e que dará origem à placenta”, observa. Portanto, a chance de danificar o embrião é mínima e os profissionais que realizam este procedimento são extremamente treinados para intervir o mínimo possível no embrião, inclusive não invadir a massa celular interna que dará origem ao bebe.

9 – Fazer xixi, evacuar, ou subir e descer escadas pode prejudicar o tratamento?
“Não. A paciente que já realizou transferência embrionária deve já se considerar como grávida, ou seja, é importante ter bom senso para não se esforçar muito e ter uma vida mais equilibrada, com menos estresse, alimentação balanceada e boas noites de sono. As funções fisiológicas como urinar, evacuar, espirrar e tossir nada interferem no tratamento”, afirma.

10 – Existe um limite de idade para tentar a fertilização in vitro?
Limite de idade em reprodução humana é um assunto bastante discutível. “Sabemos que a capacidade reprodutiva da mulher começa a diminuir a partir dos 35 anos por motivos biológicos, e mesmo fazendo fertilização in vitro as taxas de sucesso também diminuem com a idade. Na prática, enquanto existir reserva de óvulos, é possível tentar. Porém, se não há mais óvulos próprios, também é possível tentar com a utilização de óvulos doados.”, aponta Dra. Fernanda.

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