Perdemos a paciência.
Desaprendemos a esperar.
As respostas estão todas na mão.
Esqueceu o nome daquele ator?
Aquele, que fez aquele filme… Que era o vilão naquela série… Agora a dúvida não duraria mais que alguns segundos antes de algum smartphone trazer a solução do caso.
Ótimo. Mas sem graça.
Temos tudo pronto
Não existe mais a espera.
Aquela coisa de plantar, regar, cuidar, colher. Tudo está pronto no supermercado. E no delivery.
Em breve a metáfora do ‘colher o que plantou’ não vai ser nem entendida pelos moradores das cidades.
Nada disso é ruim.
Só fica mais chato.
Eu gosto de ir na loja comprar livro porque acabo descobrindo livros que algoritmo nenhum iria me oferecer.
Enquanto ando pelas prateleiras, um nome chama a atenção. Nome que eu jamais teria na cabeça se não passasse por ali.
Gosto de ouvir rádio porque tocam músicas que não estão na minha playlist.
E é um inesperado orgânico, e não um inesperado baseado nos meus gostos e no cruzamento de dados de outros ouvintes que curtiram a mesma música que eu.
Pode parecer besteira. Mas estamos acabando com a surpresa.
E tem poucas coisas melhores do que ser surpreendido por alguma coisa boa.