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Stress? Que stress?

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Paulo

Stress? Que stress?

Porque o maior problema de saúde da sociedade moderna não é alvo de ações efetivas por parte das instituições de saúde?

A maioria de nós conhece alguns poucos casos de pessoas que mudaram de vida, mudaram de atitude, mudaram a forma de viver. Pessoas que deixaram para trás uma rotina cheia de estresse, raiva e medo, e optaram por viver uma vida diferente, valorizando mais o ser que o ter, valorizando as relações e os seres humanos, mais que as coisas e as moedas. Grande parte dessas pessoas, ao fazer essas escolhas, passou a viver de modo mais simples, com menos, e às vezes, até, com o que pode parecer pouco. Não são muitas as pessoas que, ao se darem conta de que o caminho que estavam trilhando não ia bem, efetivamente empreenderam a mudança necessária, mesmo com os eventuais tropeços e dificuldades de um novo caminho. Grande parte dessas pessoas que mudam são, ao menos em algum ponto de sua “nova vida”, qualificados como “loucos”, “irresponsáveis” ou “alienados”.

Entretanto, muitos de nós, se não todos, conhecemos muita gente que não fez a mudança. Que fechou a cara; rangeu os dentes; abaixou a cabeça e seguiu em frente; mesmo sabendo, no íntimo, que a coisa não ia bem. Aí estão os números alarmantes de mortes por ataque cardíaco, hipertensão; cânceres e tantos outros para demonstrar o resultado.

Segundo os estudiosos do assunto, o estresse crônico cresce no mundo a uma taxa anual de pelo menos 1%, e atinge hoje cerca de 60% dos executivos. Apenas nos Estados Unidos, o gasto anual em despesas diretas e indiretas geradas pelo stress são estimadas em 75 bilhões de dólares. Parece que uma cifra tão grande poderia beneficiar muito mais gente se fosse usada de modo mais inteligente e preventivo. Mas, na maioria dos países, para avançar nesse assunto, somente na base da lei regulamentada: as corporações gostam muito mais do rumo “colocar uma academia dentro da empresa” do que permitir que os funcionários possam desenvolver algum tipo de vida “fora dela”.

Enquanto isso, discutimos dietas, medicamentos, exercícios; metade do planeta tem certeza absoluta que ovos ou manteiga fazem mal para a saúde e a outra metade diz o contrário; meio mundo usa adoçante para não engordar e meio mundo usa açúcar orgânico para evitar a química dos adoçantes. Apesar de parecer que há muita atenção ao assunto; daí a propor medidas efetivas, por instrumentos legais obrigatórios, que possam reduzir o estresse (como por exemplo, dias de home office ou horários flexíveis – o que aliás ajudaria uma barbaridade na mobilidade urbana das grandes metrópoles) continua sendo algo que acontece como absoluta exceção em quase todos os países. E todos os legisladores e ministérios da saúde, além da própria Organização Mundial de Saúde, sabem, obviamente, que o stress é a maior causa dos modernos problemas de saúde física e mental no planeta.

Com esse cenário, fica a pergunta: “Quem é o insano, afinal?”
Pelo menos para o criador do moderno conceito de stress, não parece haver nenhuma dúvida: para o médico canadense Hans Selye, a definição fundamental do stress é: “o estresse é o resultado do homem criar uma civilização, que, ele, o próprio homem, não mais consegue suportar”.

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Paulo Ferreira é Diretor de Comunicação da ONG internacional New Earth Nation; Conselheiro e Representante do Nikola Tesla Institute em SP e autor do livro O Mensageiro – O Despertar para um Novo Mundo. © 2014.

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