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Uma questão de célebro

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Uma questão de célebro

O texto de hoje fala sobre burrice e inteligência. Mas antes, é importante deixar claro que todos nós somos burros na maior parte das coisas. Até mesmo o Einstein, que era um grande gênio da física, devia ser um idiota administrando uma empresa, fazendo uma cirurgia cardíaca ou dirigindo um filme das Brasileirinhas. No máximo, ele faria um filme das alemãzinhas: “Balança esses chucrutes, que eu vou por meu salsichon”.

Mas se é verdade que todo mundo carrega suas burrices, o contrário não é verdade: quase ninguém é portador de inteligência. Se fizerem um estudo para descobrir o quanto utilizamos cada órgão do corpo, eu aposto que o menos utilizado vai ser o cérebro. Entre os solteiros, pelo menos. Entre os casados, são os órgãos genitais.

Inteligência é uma característica que está ficando tão rara, que logo as madames vão cortar nacos de cérebro e colocar em seus anéis. Se fosse possível vender células cerebrais no Mercado Livre, veríamos milhares de anúncios assim: “Vendo neurônios, pouquíssimo uso”.

Eu adoro fazer piada sobre idiotas. É mais fácil do que fazer piada sobre loiras, negros, deficientes ou judeus. Por um simples motivo: quando você faz uma piada sobre idiotas, ninguém se considera idiota para defender a categoria.

É muito fácil identificar um idiota: basta fazer o teste de QI. Você pergunta o que é QI e a pessoa responde: Quem Indica. E ainda faz cara de quem acabou de ter uma sacada genial.

Outra coisa sobre a inteligência é que ela não é genética. Ou seja: já é cientificamente provado que nenhuma raça é mais inteligente que outra. Hitler, por exemplo, pregava que os arianos eram superiores. Eu, como capricorniano, sou radicalmente contra.

Uma das mais fortes demonstrações de burrice é o preconceito. Eu procuro não entrar nessa, mas confesso que tenho um preconceito gigante contra um tipo de pessoa: aquelas que falam pré-conceito.

A maioria dos burros nem liga de ser idiota, até acha legal mostrar sua burrice para o mundo. Dirige com funk carioca no talo, acredita em frases de sabedoria e defende político no Facebook – geralmente com vários erros de ortografia.

Mas tem uma parte dos burros que queria sim ser inteligente. Eles fazem de tudo para parecerem mais brilhantes do que são: usam óculos com moldura grossa, deixam o cabelo mais desarrumado que o do Einstein e se vestem como nerds. Isso não deixa ninguém mais inteligente e a única coisa que essa gente consegue é jogar fora qualquer possibilidade de vida sexual.

Mas falando em vida sexual, não é necessário ter inteligência para conseguir ter uma. Pelo contrário: para levar alguém para a cama, quanto pior a cantada e mais mole a conversa, melhor. Deve ser por isso que os idiotas se reproduzem tanto e os inteligentes estão desaparecendo.

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José Luiz Martins. Humorista, publicitário e roteirista. Sócio da empresa Pé da Letra, de criação e produção de conteúdo. © 2014.

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