
Vale a pena ver de novo: Rede Globo contra o futebol brasileiro!
Que a Rede Globo é o maior meio de comunicação do Brasil e um dos maiores do mundo não há dúvida. Que a Rede Globo é formada pelos profissionais mais gabaritados em diversos segmentos da comunicação brasileira também não tenho dúvida. Mas que a Rede Globo costumeiramente erra contra o futebol brasileiro, Bem Amigos, não resta dúvidas.
Na ultima semana duas razões envolveram a Rede Globo e o futebol brasileiro em polêmicas. Na primeira, ainda no sábado quando o brasileirão 2015 teve início, a polêmica foi com a arena palmeirense, o Allianz Parque. Segundo uma funcionária do Palmeiras, gravada por torcedores indignados, a mesma tampava a marca da patrocinadora da arena porque a Globo exigia ou então o Palmeiras perderia mando de campo.
A segunda razão que envolveu a Rede Globo foi a disparidade do novo valor recebido pelos clubes na venda dos direitos televisivos. Corinthians e Flamengo irão receber da emissora carioca, no ano que vem, quatro vezes mais que metade das equipes que disputam o brasileirão. Mesmo na série B, se a regra fosse aplicada este ano, o Botafogo receberia o dobro que o valor arrecado por clubes como Atlético Paranaense, Coritiba, Ponte Preta e etc.
A Rede Globo vai contra qualquer conceito bem sucedido de gestão do futebol, com a proibição do Palmeiras em estampar o nome do parceiro, ela afasta qualquer empresa interessada em comprar o naming rights ou investir em receitas desta modalidade. Desfalcando assim cada vez mais os cofres do clube, que sofrem para conseguir patrocínios em propriedades que o futebol já está acostumado, como máster. Com essa imposição da Rede Globo os clubes ficam limitados na busca por patrocínios.
Na distribuição de receitas outro absurdo. Quase metade dos clubes do brasileirão 2016, vão receber algo em torno de 17% do que Corinthians e Flamengo receberão. É obvio que alguns clubes merecem receber mais que os outros, porém a distância é cada vez maior e mais injusta. Em alguns países a receita de televisão é divida em três partes. Na primeira leva em consideração apenas os 50% do total arrecadado, o montante é repartido de forma igualitária, todos os clubes recebem o mesmo valor. Outro 25% do valor arrecadado é divido de acordo com a audiência ou número de torcedores dos clubes. Por ultimo é utilizado a classificação dos clubes no campeonato, com o campeão ganhando a maior quantia e o ultimo colocado ficando com a pior parte.
Cada dia, cada ação daqueles que comandam o nosso futebol precisa ser pensada. Os clubes hoje precisam de parceiros para melhorar a marca “futebol”. Não podemos ter o maior influente do futebol brasileiro, trabalhando contra o produto futebol. Precisamos andar pra frente, estamos cansados de andar para o lado ou para trás. Ou então precisaremos de binóculos cada vez mais potentes para ver a Premier League ou Champions League.
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Allan Moran. Pós graduado em gestão e marketing em entidades esportivas. Complementou o mesmo curso na Universidad Europea de Madrid e é sócio da Trivela Sports. ©2014.