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Xadrez estimula raciocínio e concentração em alunos

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Jogo, que faz parte do projeto interdisciplinar de instituição, reflete na sala de aula servindo como ferramenta de acesso ao conhecimento.

Passar a ocupar outros ambientes da escola, articular as aulas do dia, ter um horário estendido, não ter mais um único professor como referência e, sim, poder escolher. Sem dúvida, a sensação de autonomia e de independência é muito grande dos alunos que chegam ao 6º ano do Colégio Franciscano Pio XII. Nesta importante etapa no desenvolvimento e tão particular que é a pré-adolescência, os professores de matemática e língua portuguesa da instituição localizada no bairro do Morumbi escolheram o jogo de xadrez como ferramenta didática, dada a sua ampla possibilidade de ensino, como uma atividade interdisciplinar. “O xadrez é um material pedagógico, um bom mediador na aprendizagem, por sua relevância lúdica e prazerosa e que envolve o estudante no processo de aquisição do conhecimento”, diz o professor de Matemática do 6º ano do Ensino Fundamental II do Colégio Pio XII, Marco Malzone.

Entre os principais objetivos do projeto está a possibilidade do aluno conhecer e se interessar por um jogo que pode ter grande importância para o seu desenvolvimento intelectual e no planejamento de suas ações, motivando-os a atividades lúdicas. “Escolhemos o xadrez por se tratar de um jogo de destreza, que demanda do aluno exercício, paciência, tenacidade, concentração, raciocínio lógico, inteligência e, principalmente, que os ensina a pensar”, diz Ana Paula Dini, professora de Língua Portuguesa do 6º ano do Ensino Fundamental II do Colégio Pio XII.

O projeto acontece ao longo do ano. Os alunos são divididos em duplas e conversam com seus parceiros para decidir sobre cada movimento do jogo e analisar os movimentos da dupla adversária. Eliminatórias acontecerão até a dupla vencedora de cada sala e a final deve ser em outubro. Os jogos têm acontecido nos espaços abertos do Colégio, para que eles tenham uma aula diferente da convencional em tabuleiros pequenos e também, no xadrez “gigante”, inaugurado neste ano em área externa. “Eles jogam dupla contra dupla sob a nossa supervisão. Damos dicas, sugerimos estratégias e observamos o comportamento de cada aluno diante de uma atividade tão rica”, avalia Marco.

Os alunos aprenderam as regras do jogo e principais técnicas, como os movimentos das peças e o posicionamento de cada uma delas. A partir daí, foram destacadas as habilidades envolvidas e que são ampliadas nas aulas, como a organização prévia para o jogo, a tomada de consciência dos movimentos que serão executados, o tempo de cada jogada, a espera da ação do outro, a verificação dessa ação, a mobilização pessoal a partir da ação do adversário, a coordenação de perspectivas. “Tentativas mal sucedidas e também, as bem sucedidas, são transpostas nos cálculos de situações problema, na análise de dados de um gráfico, na interpretação do resultado obtido, no encontro da mesma resposta por meio de diferentes caminhos e no tratamento da informação”, ressalta Marco. “Vale também para situações de análise e interpretação textual, na percepção de que a língua tem uma lógica interna que quando quebrada, altera e multiplica os sentidos externos trazendo à tona o ponto de vista de quem produziu o texto”, pondera.

Na medida em que vão se interessando pelo jogo, vão aprendendo e descobrindo que “jogar mal é fácil e que jogar bem é difícil”. “Sem dúvida, jogar xadrez vai muito além do prazer. Há uma necessidade de um planejamento estratégico do jogador. Prever a próxima jogada é buscar prever o outro. Está nas mãos do aluno a decisão e cada passo que dará em busca de sucesso. Essa conclusão leva a busca da sofisticação e à superação”, conclui a professora Ana Paula.

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